Rio de Janeiro, 29 de Maio de 2015 – Em abril de 2015, os preços coletados nas indústrias de transformação variaram, em média, 0,31% quando comparados a março de 2015, contra 1,86% em março. Este número é superior ao observado na comparação entre março de 2015 e fevereiro de 2015 (1,86%). Com isso, o acumulado no ano fica em 2,46%. O acumulado nos últimos doze meses foi de 5,62%.

Entre o quarto e o terceiro mês do ano, catorze das vinte e três atividades pesquisadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apresentaram variações positivas de preços, contra vinte e uma do mês anterior. As quatro maiores variações observadas em março se deram entre os produtos compreendidos nas seguintes atividades industriais: outros produtos químicos (3,50%), equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-3,14%), produtos de metal (2,83%) e fumo (-2,41%).

Confira a performance mensal de todos os grupos de indústria avaliados pelo IBGE em abril de 2015 para elaboração do IPP

Em termos de influência, na comparação entre abril e março de 2015, alguns itens sobressaíram: outros produtos químicos (0,37 ponto percentual), alimentos(-0,18 ponto percentual), refino de petróleo e produtos de álcool (0,12 ponto percentual) e metalurgia (-0,09 ponto percentual).

A seguir são analisados com mais detalhes sete setores, que, no mês de abril, encontravam-se entre os principais destaques do Índice de Preços ao Produtor.

Alimentos

Em abril de 2015, os preços do setor de alimentos variaram -0,91% em relação a março, exercendo o maior impacto negativo (-0,18 ponto percentual) no resultado global. O resultado acumulado até abril ficou em 1,51%, e o resultado acumulado em 12 meses foi de 4,02%. Os produtos em destaque, em termos de influência, na comparação com o mês anterior, foram “carnes e miudezas de aves congeladas”, “resíduos da extração de soja”, “óleo de soja refinado” e “açúcar cristal”, que impactaram em -0,89 ponto percentual na variação de – 0,91%. A queda no preço de “carnes e miudezas de aves congeladas” se deve ao arrefecimento do mercado interno; já as demais quedas são explicadas pelo período de safra (particularmente no caso da soja), mas também pela valorização do real no período.

Papel e celulose

O setor apresentou uma queda de -1,07% em abril, contra um índice positivo de 4,94% de março, acumulando, assim, alta de 7,72% nos quatro primeiros meses de 2015. No acumulado nos últimos doze meses, o aumento nos preços do setor foi de 17,46%. A influência do setor no índice geral do IPP foi de -0,04 ponto percentual, com destaque para “caixas ou outras cartonagens dobráveis de papel-cartão ou cartolina, impressas ou não”; “cadernos”; “celulose”; e “caixas de papelão ondulado ou corrugado”, que juntos responderam por -1,20 ponto percentual no resultado da atividade.

Refino de petróleo e produtos de álcool

Entre março e abril, os preços do setor variaram, em média, 1,14%, primeiro resultado positivo do ano. Com isso, o acumulado no ano, que em março havia sido de -4,43%, chegou a -3,34%. Na comparação com abril de 2014, os preços estiveram 2,13% menores. O resultado do setor em abril teve a segunda maior influência positiva (0,12 ponto percentual) no resultado das indústrias de transformação. As variações positivas observadas no setor foram todas de derivados de petróleo (“naftas”, “querosene de aviação” e “gasolina automotiva”), compensadas, em parte, pelo preço do “álcool etílico (anidro ou hidratado)”, cuja variação negativa de preços está de acordo com o período de safra de cana. Os preços de derivados de petróleo seguiram, por sua vez, o comportamento dos preços internacionais, influenciados pelos níveis baixos de petróleo nos Estados Unidos e também por uma maior demanda daquele país. Estes quatro produtos contribuíram com 1,17 ponto percentual (em 1,14%).

Outros produtos químicos

A indústria química registrou em abril de 2015 uma variação positiva de preços de 3,50%; maior taxa entre todas as das indústrias de transformação. Com essa variação, o acumulado no ano reverteu de um resultado negativo em março (-0,46%) para um positivo (3,02%) e na comparação com o mesmo mês de 2014, os preços atuais estão em um patamar 3,10% maiores. Os preços dos produtos petroquímicos básicos e intermediários para plastificantes, resinas e fibras são muito ligados aos valores internacionais e aos preços da nafta, que junto aos aumentos dos custos associados à energia e às matérias-primas, além da cotação acumulada do dólar em 12 meses, que foi de 36,3%, explicam a taxa.

Metalurgia

Ao comparar os preços do setor em abril contra março de 2015, houve uma variação negativa de -1,11%, primeira variação negativa no ano. Com isso, o setor acumulou variação de 8,28% nos últimos 12 meses e 2,65% no acumulado do ano. Os produtos “alumínio não ligado em formas brutas”, “lingotes, blocos, tarugos ou placas de aços ao carbono”, “bobinas a quente de aços ao carbono, não revestidos” e “bobinas ou chapas de aços inoxidáveis, inclusive tiras” foram os destaques em termos de influência na análise contra o mês imediatamente anterior, representando -1,15 ponto percentual da variação de -1,11%.

Veículos automotores

A variação de 0,08% do setor em abril de 2015 é a menor taxa desde junho de 2014 (0,06%). Com esse resultado, a taxa acumulada chegou a 2,71%. Na comparação contra abril 2014, os preços estão 7,73% maiores do que os do ano anterior, resultado que reflete em grande parte o aumento observado na passagem de agosto para setembro de 2014 (1,69%), o maior da série que teve início em janeiro de 2010. Os quatro produtos de maior influência no indicador abril contra março foram “automóveis para passageiros, a gasolina, álcool ou bicombustível, de qualquer potência”, “caminhão-trator para reboques e semi-reboques”, “peças para motor de veículos automotores” e “caixas de marcha para veículos automotores”, que responderam por -0,03 ponto percentual.

IPP

Produzido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice de Preços ao Produtor (IPP) tem como principal objetivo medir a variação média dos preços de venda recebidos pelos produtores domésticos de bens e serviços, sinalizando as tendências inflacionárias de curto prazo no Brasil.

O IPP mensura a evolução dos preços de produtos de vinte e três setores da indústria de transformação. Cerca de mil e quatrocentas empresas são visitadas pelo IBGE para a pesquisa.

Os preços coletados ainda não apresentam a incorporação de impostos tarifas e fretes, sendo definidos apenas pelas práticas comerciais usuais. O instituto coleta, aproximadamente, cinco mil preços por mês.

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