A equipe de analistas da corretora Concórdia, formada por Karina Freitas, Daniela Martins e Danilo de Julio, fez uma análise do resultado do segundo trimestre de 2015 (2T15).

A depreciação do câmbio e a resiliência do setor automotivo na Europa e nos Estados Unidos, foram os principais fatores que possibilitaram um resultado operacional desconexo ao péssimo momento vivido na indústria brasileira. No 2T15, as vendas internacionais representaram 79% do total da receita, com destaque para o avanço de 61% em componentes estruturais de veículos pesados, nos EUA, e de 44,4% em rodas de alumínio para veículos leves, na Europa. Este último segmento foi o único a demonstrar expansão no Brasil (+38,3%), mas não teve representatividade para impedir a retração de 21,8% na soma das vendas internas. A menor utilização da capacidade instalada também penalizou sua margem bruta. Mais abaixo na demonstração, a linha de equivalência patrimonial – que reverteu prejuízo de R$ 7,7 milhões no 2T14 para R$ 75,5 milhões positivos – foi distorcida pela venda de participação na Amsted Maxion, sendo que, descontado este e outros fatores extraordinários em ambos os anos, a empresa aponta para um Ebitda de R$ 169,6 milhões (+22,7%). Por fim, as elevadas despesas financeiras com juros impediram evolução semelhante na linha final. Apesar do perfil de endividamento ainda incitando cautela – com estabilidade da relação Dív. Líq/Ebitda em 3,3x e alta concentração dos passivos no curto prazo (48%) -, entendemos que a Iochpe-Maxion, operacionalmente, é uma das mais bem posicionadas do setor, nos levando a manter nossa visão otimista para suas ações, especialmente quando transpassado este cenário interno mais caótico.