Rio de Janeiro, 28 de Agosto de 2015 – O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro recuou 1,9% no segundo trimestre de 2015, em relação aos três meses anteriores, fazendo com que a economia do país entrasse na chamada recessão técnica, que ocorre quando a economia registra dois trimestres seguidos de queda. De janeiro a março deste ano, o PIB teve baixa de 0,7% (dado revisado).

Essa retração de 1,9% é a maior desde o primeiro trimestre de 2009, quando a economia também registrou o mesmo recuo.

Neste trimestre, contribuíram para o desempenho negativo da economia a queda dos investimentos (-8,1%) e do consumo das familias (-2,1%). Em contrapartida, o consumo do governo registrou alta de 0,7%.

Na análise dos setores, todos registraram queda, puxada pela indústria, que teve retração de 4,3%, pela agropecuária, de 2,7%, e pelos serviços, de 0,7%.

Em relação ao segundo trimestre de 2014, a baixa foi ainda mais profunda, de 2,6%, a maior desde o primeiro trimestre de 2009, quando o recuo também foi de 2,6%. Em valores correntes, o PIB no segundo trimestre do ano alcançou R$ 1,428 trilhão.

Recessão Técnica

Na prática, a classificação recessão técnica serve como uma espécie de termômetro para medir o desempenho da economia. Isso porque, de acordo com economistas, não são apenas dois resultados negativos seguidos que indicam a recessão, mas sim um conjunto de indicadores negativos, como aumento do desemprego, queda na produção e falência de empresas.

O Brasil também havia registrado uma recessão técnica no último trimestre de 2008 e primeiro de 2009, durante a última grande crise econômica mundial. Naquela época, no entanto, o consumo das famílias não tinha sido tão afetado pela crise e existiam mais medidas disponíveis para tentar reduzir o efeito sobre o consumo das famílias.

A grande semelhança entre os dois períodos é que ambos são momentos de fortes turbulências internacionais.

Internamente, tanto a turbulência política quanto econômica estão afetando todas as atividades econômicas.

De acordo com o IBGE, a queda registrada na indústria – frente ao primeiro trimestre – foi puxada principalmente pelo desempenho negativo da construção civil, que recuou 8,4%. Na sequência, a aparece a indústria de transformação, que também sofreu forte queda de 3,7%.

No caso do setor serviços, o que mais influenciou foi o movimento do comércio, que vem mostrando seguidamente resultados desanimadores. Neste segundo trimestre, a queda foi de 3,3%, seguida pelo recuo de 2% em transportes, armazenagem e correio.

PIB Acumulado no 1º Semestre de 2015

No ano, de janeiro a junho, a economia registra contração de 2,1%, na comparação com o mesmo período do ano passado. De acordo com o IBGE, esse resultado é o pior desde o primeiro semestre de 2009, quando caiu 2,4%.