A Anistia Internacional manifestou hoje (9) a esperança de que, na visita ao México, em 2016, o papa Francisco indique mudanças significativas sobre os direitos sexuais e reprodutivos, como fez com outras questões ligadas à equidade social na região.

“Demos as boas-vindas às declarações do papa que falam de realmente tratar os temas da desigualdade, procurando acabar com as falhas tão profundas que existem neste continente, o que é um bom sinal de mudança”, afirmou a diretora da Amnistia Internacional para a América, Erika Guevara.

“Lamentavelmente, não ouvimos declarações em relação à proteção dos direitos sexuais e reprodutivos, ao tema do aborto, ao tema da igualdade no casamento”, criticou.

Guevara apresentou o relatório Defensores sob ataque! A promoção dos direitos sexuais e reprodutivos nas Américas, elaborado pela Anistia Internacional em colaboração com várias organizações não-governamentais, lançado hoje no México.

O documento enfatiza a estigmatização e o assédio enfrentado pelos defensores dos direitos humanos na região, muitas vezes aumentados por pressões religiosas. “Este contexto tão adverso numa região tão católica deve-se à imposição de ideologias religiosas e moralistas por parte da hierarquia da Igreja Católica”, lamentou Erika.

Na sua opinião, o papa Francisco desempenha um “papel crucial” para que comece a haver mudanças significativas no exercício dos direitos humanos.

“Esperamos que o seu conhecimento sobre a região e os principais desafios que enfrenta hoje a maioria da população também leve a mudanças muito significativas nesse campo”, argumentou.