Com ajuda da forte valorização das ações da Petrobras, da Vale e dos bancos, o Índice Bovespa avançou 3,75%, para 46.108 pontos. Os papéis preferenciais (PN, sem voto) e ordinários (ON, com voto) da petroleira subiram 7,29% e 10,77%, respectivamente, com a cobertura das posições vendidas pelos estrangeiros, que apostavam na queda das ações da Petrobras. No mesmo sentido, Vale ON ganhou 3,69%, como Vale PNA, 3,54%, Itaú Unibanco PN, 5,42%, Banco do Brasil ON, 10,07%, Bradesco PN, 5,02%, e as units (recibos de ações) do Santander, 2,33%. O volume financeiro acumulou R$ 7,77 bilhões, na comparação com uma média anual de R$ 6,8 bilhões.

A cobertura das chamadas posições vendidas acontece quando os investidores alugam ações, vendem no mercado e ficam devendo os papéis aos donos, apostando numa desvalorização dessa ação. No entanto, esses compradores têm limites de perdas e quando um papel sobe muito, a exemplo do que ocorreu hoje, eles têm que recomprar os papéis para cobrir suas posições de venda.

Próximo do horário de fechamento do mercado, a agência de classificação de risco Moody’s divulgou comunicado informando que colocou a nota de crédito do Brasil em revisão para rebaixamento. A justificativa citada pela casa foi a rápida e material deterioração macroeconômica e fiscal e a queda do espaço para mudança desse cenário nos próximos dois a três anos. A agência apontou ainda piora na governabilidade e o aumento do risco de paralisia política, com o processo de impeachment complicando a situação do país.

BTG tem queda de 11%

Apesar o forte avanço do Ibovespa, as units do BTG Pactual tiveram perdas de 11,57%, cotadas a R$ 13,22. O banco amarga fortes recuos depois do escândalo da prisão de seu então presidente e principal acionista André Esteves na Operação Lava Jato.

Altas e baixas do Ibovespa

Tirando Petrobras e BB, as maiores altas do Ibovespa foram de BB Seguridade ON, 7,54%, Smiles ON, 6,50%, BR Properties ON, 6,28%, e Multiplan ON, 5,86%. Na contramão, as piores quedas do indicador foram de Suzano Papel PNA, 3,58%, Fibria ON, 3,02%, Estácio ON, 2,77%, e Klabin unit, 2,43%. As exportadoras Klabin e Fibria caíram com a baixa do dólar.

EUA e Europa perdem; petróleo cai 1%

Uma semana antes da última reunião do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) no ano, que tratará sobre a trajetória dos juros no país, o Dow Jones perdeu 0,51%, seguido pelo S&P 500, 0,60%, e pelo índice da Nasdaq, 1,63%. Por lá, as significativas quedas das empresas de tecnologia, com destaque para a Apple, ofuscaram a recuperação de algumas companhias do segmento de commodities, num dia que o mercado repercutiu as negociações de fusão entre as químicas Dow Chemical e DuPont. Apesar das baixas do mercado de ações, os pedidos de hipotecas cresceram 1,2% na semana até 5 de dezembro, ante baixa de 0,2% no período imediatamente anterior. Já os estoques no atacado caíram 0,1% em outubro, contra setembro, pior do que o aguardado 0,2%.

O mercado europeu, por sua vez, seguiu as tendências de recuo dos Estados Unidos. O Stoxx 50, dos 50 papéis mais líquidos do bloco, caiu 0,61%, assim como o Financial Times, de Londres, 0,14%, o CAC, de Paris, 0,95%, e o DAX, de Frankfurt, 0,76%.

No mercado de commodities, depois de começar o dia com avanços, o petróleo WTI, negociado em Nova York, voltou a registrar queda e fechou com baixa de 0,93%, para US$ 37,16, acompanhado pelo barril do tipo Brent, de Londres, 0,47%, para US$ 40,07. Além disso, a tonelada do minério de ferro chinês bateu sua mínima histórica, com perdas de 1,3%, para US$ 38,30. Na China, a inflação de novembro subiu 1,5% na comparação anual, um pouco acima das estimativas do mercado de 1,4%

Juros caem; dólar recua para R$ 3,74

As taxas de juros futuros para 2016 fecharam hoje estáveis em 14,16% ao ano. Para 2017, as projeções dos negócios válidos até janeiro de 2017 passaram de 15,78% para 15,72%. No mesmo sentido, os acordos com vencimento no início de 2021 tiveram taxas de 15,68%, ante 15,76% de ontem. O dólar comercial caiu 1,83%, para R$ 3,74 na venda, como o dólar turismo, que recuou 1%, sendo vendido por R$ 3,93, ambos pressionados pela cena política local.

Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que calcula a inflação para as famílias com renda até cinco salários-mínimos, subiu 1,11% em novembro, a maior taxa para o mês desde 2002. O número ficou 0,34 ponto percentual acima do 0,77% de outubro. O índice de difusão, que mostra o percentual de itens pesquisados que está em alta no mês, passou de 67% em outubro para 78%. É o maior percentual de difusão em 12 anos, desde os 85,94% de janeiro de 2003.

No Brasil, mais dólares entraram do que saíram no mês de novembro, de acordo com dados do Banco Central (BC). No mês passado, o saldo positivo ficou em US$ 3,895 bilhões. Nos quatro primeiros dias de dezembro, o saldo ficou positivo em US$ 339 milhões.