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Expectativa é de mudança de rumos em 2016, diz vice-presidente da Anbima

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O ano de 2016 começa com expectativa de alguma virada diante de um cenário tão ruim, afirma Carlos Ambrósio, diretor-presidente da gestora Claritas Investimentos e vice-presidente da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).  “São vários cenários, de a Dilma ficar ou de um impeachment com posse do vice Michel Temer ou impugnação da chapa pelo TSE, ou da presidente perder o apoio e renunciar, mas vai ter de acontecer alguma coisa em 2016, estamos chegando num ponto de inflexão que algo vai ter de ocorrer para o país voltar aos trilhos”, afirma Ambrósio.

Esta é a leitura otimista, diz o executivo. A pessimista é que a indefinição se prolongará mais ao longo do ano. “E o país não consegue sobreviver com um período de indefinição tão grande”, diz.

Eleições municipais

As eleições municipais tendem a ser um importante catalizador para uma definição política para o país, avalia o executivo, pois o resultado refletirá a aprovação do governo nas urnas das cidades. De qualquer maneira, a  instabilidade do cenário político é impressionante e se reflete nos mercados financeiros. “E ainda se soma a essa instabilidade o imponderável da Operação Lava Jato”, afirma Ambrósio.

Sem espaço para grandes manobras

Para coroar a indefinição, houve a troca do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, pelo do Planejamento, Nelson Barbosa. Mas, apesar da mudança, o próprio ministro deve ter consciência de que não terá liberdade para ser muito criativo na política econômica. “O problema de hoje veio de políticas fiscais mais flexíveis do passado e não dá para repetir o erro”, diz Ambrósio. “Não há muita margem de manobra para gastos e, ao mesmo tempo, não há apoio para medidas mais populistas, por isso a situação não deve se deteriorar mais”, afirma. “O problema é que a maior deterioração hoje é ficar parado”.

Para Ambrósio, o limite para novas  medidas populistas é um sinal também de que as instituições brasileiras estão funcionando e impõem restrições à irresponsabilidade fiscal.

Investimento no exterior deve crescer

Sobre as estratégias de investimentos, Ambrósio diz que 2015 foi o ano da diversificação, com alocação maior lá fora. “Foram aplicações positivas não só pela alta do dólar aqui como pelo desempenho dos ativos no exterior”, explica.

Já em 2016, aplicar lá fora vai continuar sendo importante, nem tanto pelo câmbio, mas pelo crescimento maior que no Brasil. “Vai ter oportunidade no mercado local em renda fixa e em algumas apostas mais pontuais em ativos de risco”, diz.

Multimercados devem seguir brilhando

Haverá portanto algum espaço para a diversificação, já que os fundos hedge ou multimercados devem ter desempenho bom por seus investimentos em câmbio e pela volatilidade maior dos mercados, que deve criar oportunidades em outros ativos. “Mas vai ser preciso ser mais seletivo na escolha dos gestores e fundos, pois nem todos conseguirão aproveitar as oportunidades e os prêmios que ela vai trazer”, diz.

Será preciso também ter paciência para colher os frutos da diversificação, que podem demorar a surgir e, antes, o mercado pode ter reviravoltas. “É fazer a alocação e aguardar”, diz Ambrósio, lembrando que movimentos de curto prazo são arriscados para o investidor. “Para quem não tem paciência, o melhor é ficar na Selic, que continua com um ganho muito bom, acima de 14% ao ano”, observa.

Maior tributação para juros diários

Mas, nesse caso, o investidor precisa ter consciência de que não vai aproveitar as oportunidades e ainda poderá ter um imposto de renda maior caso a nova tributação da renda fixa proposta no Congresso passe. Se passar, todas as aplicações atreladas ao juro diário, seja Selic, seja CDI, pagarão até 25% de imposto e terão alíquota mínima de 17,5% após três anos. “E isso vai impactar a maior parte dos recursos e o fluxo de caixa das empresas e das pessoas, que está aplicações com em juros diários”, lembra Ambrósio.

A medida vai acabar atingindo os recursos antigos, pois o estoque também estará sujeito às novas alíquotas mais altas. O aumento do tributo terá impacto sobre os empréstimos, aumentando a cunha fiscal e neutralizando o efeito da taxa de juros.

Juro deve subir em 2016

Ambrósio acredita que o juro básico deve subir no ano que vem, mas seu efeito sobre  a inflação será discutível. “O efeito do juro será menor pelo problema fiscal, que vai continuar e é o que realmente deveria ser resolvido”, diz. “Mas, diante de um cenário em que não dá para resolver o fiscal, o Banco Central também não pode ficar parado com as expectativas de inflação disparando”, afirma.

Ano difícil para fundos

Para o setor de fundos, 2016 deve ser um ano tão difícil quanto 2015, mas com oportunidades para alguns segmentos, como de fundos hedge, ou multimercados, que tentem a render mais e atrair mais recursos. E os sinais iniciais são de dificuldade para a bolsa, pelos juros altos e pela expectativa de nova queda no PIB, de 2,5% no ano que vem.

Porém, a possibilidade de mudanças radicais no cenário político levaria o mercado acionário a ter momentos muito positivos, com o interesse dos estrangeiros voltando e o investidor local retomando as aplicações de risco. Por isso, o ideal para o gestor e para o investidor é fazer um orçamento conservador e com liquidez para, caso o cenário mude, poder aproveitar as oportunidades.

Tendência de concentração de gestores

O ano terá ainda a entrada em vigor da Instrução 558 da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que estabelece regras mais duras para a montagem e funcionamento de gestoras independentes. Por isso, a expectativa é de consolidação, movimento que já está ocorrendo este ano e deve continuar em 2016.

As novas regras para aplicação no exterior, que aumentaram os limites para fundos de varejo investirem no mercado externo, devem também continuar estimulando a aplicação lá fora. “Demora um pouco, pois há um certo desconhecimento, mas daqui um ano podemos ter uma cultura mais disseminada e um aumento do volume lá fora”, diz Ambrósio.

Há ainda as mudanças nos fundos de previdência privada, que entram em vigor também no ano que vem, e preveem maior liberdade para esses fundos aplicarem em ações e no exterior. O problema é o momento ainda ruim para a bolsa, mas a mudança vai permitir maior diversificação no futuro.

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