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Macri e Cristina Kirchner não conseguem se entender sobre cerimônia de posse

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A três dias da posse do novo presidente da Argentina, Mauricio Macri, as delegações estrangeiras (e os próprios argentinos) ainda não sabem como e onde será a cerimônia de posse e transmissão de cargo. O motivo é uma briga entre a atual presidenta Cristina Kirchner e seu sucessor, tornada pública nas redes sociais – mais um sinal de que a transição política e econômica pode ser difícil.

O presidente eleito da Argentina, Mauricio Macri, e a atual presidenta, Cristina Kirchner, divergem sobre o formato da cerimônia de posseArquivo/Elza Fiúza/Agência Brasil

O empresário Mauricio Macri – que foi presidente do Club Atlético Boca Juniors e prefeito da capital, Buenos Aires, durante os últimos oito anos – quer prestar juramento no Congresso, como determina a Constituição. De lá, ele quer seguir pela Avenida de Mayo até a Casa Rosada, para receber das mãos de Cristina a faixa presidencial e o bastão de mando (um bastão prateado, fabricado especialmente para cada presidente). Segundo ele, é o que dita a tradição (interrompida na crise de 2001, quando o então presidente Fernando de La Rua renunciou, em meio a protestos nas ruas).

Cristina defende que toda a cerimônia ocorra no Congresso. Foi assim na posse do marido dela, Nestor Kirchner, em 2003 – primeiro presidente eleito pelo voto popular, depois de sucessivos governos interinos, escolhidos pelo Congresso para fazer a transição. Ela sucedeu o marido em 2007 e foi reeleita em 2011, um ano após a morte dele. Nas duas ocasiões, Cristina tampouco fez cerimônia de posse na Casa Rosada.

Diante da falta de consenso, no sábado (5), Macri divulgou à imprensa um comunicado com o programa da cerimônia de transmissão de cargo. Segundo seus assessores, ele conversou por telefone com Cristina Kirchner para “informar” à presidenta o roteiro da cerimônia: juramento no Congresso às 12h e entrega da faixa e do bastão presidencial na Casa Rosada, às 13h30.

Cristina respondeu pelo Twitter, acusando Macri de ter gritado com ela no telefone e de ter maltratado “uma mulher”. Ela explicou que não queria estender a sua presença na posse porque tinha um voo comercial para Rio Gallegos (no sul da Argentina) às 15h, a fim de participar da cerimônia de posse da cunhada, Alicia Kirchner, como governadora da província de Santa Cruz.

“Aqui acabou meu amor”, disse Cristina. Ela acrescentou que não tem obrigação de seguir Macri até a Casa Rosada porque não é a “acompanhante” dele; que a cerimônia do dia 10 de dezembro não é a “festa de aniversário” dele, mas da posse do “presidente de todos os argentinos”; e que não vai continuar “tolerando em silêncio o maltrato pessoal e público”, que – segundo ela – tem recebido. Cristina disse ainda que plantou, no jardim da Quinta de Olivos (residência presidencial) flores amarelas – segundo ela, a cor predileta de Macri.

Foi a vice de Macri, Gabriel Michetti, que respondeu à presidenta, dizendo que Macri sempre foi “muito educado” e nunca levantou a voz. “Me da pena ter que responder às mensagens eletrônicas da senhora presidenta da Nação porque é triste que logo ela falte com a verdade”, disse.

Para dirimir a incógnita sobre quem tem o direito de decidir o quê sobre a cerimônia de transmissão de mando, foi consultado o Escrivão-Geral da Nação, Natalio Etchegaray, que citou o Artigo 93 da Constituição: Cristina Kirchner é presidenta até o momento em que Mauricio Macri prestar juramento perante ao Congresso. A partir dai, quem responde pela Casa Rosada e ele.

Juan Carlos Pallarols – o artesão que desde o retorno do país à democracia, em 1983, fabricou os bastões de mando de 12 presidentes argentinos – disse que se não houver acordo entre a presidenta que sai e o presidente que entra, vai acabar entregando o bastão à Virgem de Lujan (padroeira da Argentina).

Editor Aécio Amado

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