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Papéis curtos corrigidos pela inflação e multimercados são opção, diz economista da Rio Bravo

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Para os investidores, a melhor estratégia no momento são títulos do governo indexados à inflação, as Notas do Tesouro Nacional série B (NTN-B)  de prazo mais curto, afirma Evandro Buccini, economista da Rio Bravo Investimentos. “É a melhor proteção que se pode ter, por causa dos riscos inflacionários e de todo esse cenário de incerteza previsto para 2016 e para os próximos anos”, diz. Papéis que não pagam juros semestrais são mais indicados para pessoas físicas, pois dispensam a necessidade de ficar reaplicando os recursos. Uma NTN-B com vencimento em 2019 pagava hoje 7,21% ao ano mais a variação do IPCA no site do Tesouro Direto.

As NTN-B longas também podem ser alternativas, uma vez que os juros reais estão bastante atrativos, afirma Buccini. Um papel para 2024 oferecia hoje juros reais de 7,34% ao ano e, para 2035, de 7,37% ao ano mais IPCA. “Mas tem de ser um investidor mais sofisticado para comprar esse papel, não só com relação à escolha do investimento, mas também em conhecer os riscos e saber conviver com as fortes oscilações de preço, que são maiores que as de títulos mais curtos”, explica.

A cada alta de juros, os títulos longos perdem valor no mercado e os investidores confundem isso com prejuízo, o que não é verdade, a menos que eles tenham de vender o papel naquele dia. Mas, no longo prazo, esses investidores  vão ganhar mais com as taxas atuais. “Para a pessoa que entra no Tesouro Direto, voltou a ficar atraente com essa piora das expectativas do mercado e juros de quase 7,5% reais ao ano”, diz. “E mesmo a LFT, que é corrigida pelo juro diário e tem menor risco, ganhar 14,25% ao ano não é mau negócio” afirma.

Crédito privado, risco maior

Buccini sugere também ficar longe de títulos de empresas de maior risco, já que a alta dos juros e do dólar, além da queda na atividade econômica, devem complicar a situação das companhias mais frágeis. “Papéis de grandes empresas conhecidas e sólidas, tudo bem, mas fora disso, o melhor é procurar fundos de crédito privado especializados, que conhecem melhor os riscos, e olhar bem o que há nas carteiras, como fazemos na Rio Bravo”, explica.

Ações, ordem é sobreviver

Em ações, para os poucos investidores que têm coragem de continuar investindo, Buccini diz que a estratégia da Rio Bravo é optar por papéis bastante conservadores. “Neste momento, estamos olhando mais para a qualidade da gestão, para a capacidade de navegar nessa turbulência, mais até que para o preço”, diz. A palavra de ordem, diz, é sobrevivência, e mais renda fixa e menos bolsa.  “Mas sempre recomendamos ter algo em ações, pois podemos ter uma mudança no cenário que beneficie a bolsa”, lembra.

Fundos multimercados e dólar

Outra parcela pode ir para fundos multimercados, que podem tirar proveito da volatilidade maior dos mercados. “Esses fundos da estratégia macro foram muito bem este ano pela flutuação do dólar, que foi para R$ 4,25 e depois para R$ 3,69 e muitos conseguiram capturar esses ganhos”, diz. E como a tendência é de nova desvalorização do real e oscilações dos juros, há oportunidades para os gestores. Para quem precisa comprar dólar, Buccini diz que o preço entre R$ 3,80 e R$ 4,00 é razoável e a moeda tende a subir ao longo de 2016.

Aplicações no exterior

E uma parcela dos recursos deve ser aplicada no exterior. Os que já têm podem verificar se é preciso fazer ajustes e quem não tem deve pensar em investir. E no exterior, clientes que já tem parcela significativa ou adequada, tudo bem. Os que não têm, precisam ter. A Rio Bravo fechou uma parceria com a gestora americana Columbia Threadneedle, que administra US$ 500 bilhões de recursos de terceiros, para montar fundos para brasileiros investirem no exterior. O primeiro é um fundo de arbitragem, long/short, que usa modelos econômicos e filtros para definir suas estratégias de compra e venda de ativos no exterior.

Juros devem cair com ajuste fiscal

Para Buccini, os juros não podem continuar nesses níveis por muito tempo, mas as taxas não vão baixar enquanto o governo não resolver a questão fiscal, o que não deve ocorrer neste governo. “Fazemos um debate mesquinho sobre economizar R$ 50 bilhões que não resolvem a conta”, afirma o economia. Segundo ele, o país precisaria fazer um superávit primário de R$ 180 bilhões por ano, ou 3% do PIB, por alguns anos para reequilibrar sua dívida. “Mas para sair de um déficit de 0,5% do PIB para um superávit desses precisaríamos de uma economia de 3,5% do PIB, o que não se consegue sem força política e aprovação popular”, diz.

Mesmo assim, teria coisas que o governo poderia fazer, como reduzir os estoques de recursos do BNDES, vender ou securitizar parte de sua carteira de crédito e suas ações, ou mesmo usar parte das reservas internacionais. “Não sei se precisamos de US$ 370 bilhões em reservas que custam ao Tesouro 14,25% ao ano de juros enquanto rendem 2% ao ano em dólar”, diz. Ou gastar o que o governo gastou com os US$ 100 bilhões de swaps cambiais, que pagam a variação do dólar mais juros. “O governo diz que o ganho com a desvalorização do real sobre as reservas compensa o gasto com swaps, mas esse ganho poderia ser usado para abater a dívida”, diz.

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