As importações brasileiras somaram US$ 10.543 bilhões no último mês de 2015, alcançando o nono maior valor para meses de dezembro desde o início da série histórica apurada pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Este, porém, também foi o menor valor de bens e serviços  para um mês de setembro desde 2006. Considerando os vinte e dois dias úteis do mês, o país importou, em média, US$ 479,2 milhões por dia em dezembro de 2015.

Na comparação com novembro de 2015, quando o Brasil importou US$ 12.609 bilhões, as compras brasileiras oriundas do exterior caíram -16,39%. Tal recuo foi puxado por todas as categorias de uso. As compras de Combustíveis e lubrificantes decresceram -25,84%, Bens de consumo duráveis, -23,12%, e Matérias-primas, -19,84%.

Comparando as compras externas de dezembro de 2015 com as compras realizadas no mesmo mês de 2014 (US$ 17.193 bilhões), percebe-se um forte decréscimo de -38,68%. Tal recuo, foi reflexo de quedas intensas nas compras de todas as cinco categorias de uso: Combustíveis e lubrificantes (-61,95%), Bens de Capital (-29,31%), Bens de Consumo Não-duráveis (-31,18%), Bens de consumo duráveis (-49,28%) e Matérias-primas (-31,63%).

 

As importações acumuladas no ano por Categoria de Uso

De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, as importações acumuladas no ano no comparativo 2015/2014, assinalou-se decréscimo de 24,3% nas importações brasileiras. Houve queda em combustíveis e lubrificantes (-44,3%), bens de capital (-20,2%), matérias-primas e intermediários (-20,2%) e bens de consumo (-19,6%).

A retração dos gastos com matérias-primas e produtos intermediários, categoria de maior relevância nas importações brasileiras – respondendo por 47,4% das compras totais acumuladas de 2015, atribuiu-se, principalmente, à retração de materiais de construção (-30,2%), produtos alimentícios (-30,1%), produtos minerais (-25,7%), partes e peças de produtos intermediários (-25,4%), produtos agropecuários não-alimentícios (-23,8%) e acessórios de equipamento de transporte (-21,9%).

Dentre os bens de capital, observaram-se quedas, principalmente, nas aquisições de máquinas e ferramentas (-31,8%), acessórios de maquinaria industrial (-27,8%), partes e peças para bens de capital para agricultura (-26,9%), maquinaria industrial (-22,8%) e máquinas e aparelhos de escritório e uso científico (-22,3%).

Com respeito a bens de consumo, decresceram as aquisições de bens duráveis (-25,8%) e as de bens não-duráveis (-12,9%). No rol dos bens duráveis, as quedas registraram-se em automóveis de passageiros (-33,8%), máquinas e aparelhos de uso doméstico (-26,9%), móveis e outros equipamentos para casa (-22,8%), partes e peças de bens de consumo duráveis (-20,7%), objetos de adorno de uso pessoal (-18,0%). As compras de não-duráveis tiveram a queda justificada pela retração de produtos alimentícios (-17,7%), produtos de toucador (-16,2%), produtos farmacêuticos (-11,4%) e bebidas e tabacos (-9,4%).

 

Importações por Fator Agregado

A maior parte (82,42%) dos produtos importados pelo Brasil em Dezembro de 2015 pertenceram à categoria de Produtos Manufaturados. As compras realizadas vindas desse grupo de produtos custaram para a balança comercial brasileira um total de US$ 8.690 bilhões, recuando -38,81% na comparação com o dezembro de 2014, quando foram comprados US$ 14.202 bilhões em valores absolutos.

O segundo tipo de produto mais relevante dentre as importações brasileiras foram os Produtos Básicos, que representaram 13,20% do valor total importado pelo país em dezembro de 2015. Na comparação com dezembro de 2014 esse tipo de importação retraiu -41,85%.

A importação de Produtos Semimanufaturados também apresentou queda, de -22,65%. Contudo, o valor despendido com a importação de semimanufaturas contribuiu apenas com apenas 4,37% ou US$ 461 bilhões do valor total de produtos importados pelo Brasil no último mês de 2015.

 

Países fornecedores

O principal país fornecedor de importações brasileiras em dezembro de 2015 foram os Estados Unidos da América: US$ 1.782 bilhão – o equivalente a 16,90% do total importado ao longo do mês. Na comparação com dezembro de 2014, houve uma queda considerável de -33,06% no valor das importações brasileiras made in USA.

Os três principais produtos vendidos pelo país americano em dezembro do ano passado foram: Partes de motores e turbinas para avião (US$ 145 milhões ou 1,37%), Medicamentos para medicina humana e veterinária (US$ 109 milhões ou 1,03%), e Óleos combustíveis (US$ 76 milhões ou 0,72%). Apesar de ser um entre os “Top 3″ produtos mais comprados, o Brasil reduziu as compras de Óleos combustíveis em -86,76% em dezembro de 2015 na comparação com dezembro de 2014, quando foram gastos US$ 572 milhões com o produto.

A China foi o segundo país que mais forneceu produtos para o Brasil em dezembro, respondendo por 14,57% do valor total importado pelo país. Foram US$ 1.536 bilhão em valores absolutos. Na comparação com dezembro de 2014, houve retração de -43,15% frente ao valor total vendido pela China.

Os três principais produtos comprados da China em dezembro foram circuitos impressos e outras para aparelhos de telefonia (US$ 71 milhões ou 0,68%), compostos heterociclicos  (US$ 55 milhões ou 0,52%) e motores, geradores e transformadores elétricos (US$ 43 milhões ou 0,40%). Dos dez principais produtos adquiridos pela China em dezembro, apenas um cresceu no valor total de pedidos: compostos heterociclicos.

A Alemanha foi o terceiro principal fornecedor do Brasil, tendo fornecido 6,19% (ou US$ 653 milhões) sobre o valor total importado. Na comparação com dezembro de 2014, houve queda de -30,09% no valor total de pedidos de compra realizados à Alemanha. Os principais produtos alemãs comprados foram medicamentos (US$ 83 milhões ou 0,79%) e Cloreto de Potássio (US$ 30 milhões ou 0,29%). Oito dos dez principais produtos vendidos pela Alemanha registraram retração na comparação dezembro 2015/2014. As quedas mais intensas foram através das partes e peças para rolamentos e engrenagens (-40,46%) e rolamentos e engrenagens (-44,99%).

 

Os principais produtos importados

Os produtos mais comprados pelo Brasil em dezembro de 2015 foram, pela ordem, Óleos brutos de petróleo, Medicamentos para medicina Humana e Veterinária e Partes e peças para veículos.

Respondendo por 5,39% das importações em dezembro de 2015, Óleos Brutos de Petróleo caíram -54,81% na comparação com dezembro de 2014. Os principais países vendedores do commodity são a Nigéria, Arábia Saudita e Iraque. Na comparação do acumulado do ano de 2015/2014, houve queda nas importações de -55,39%, -41,48%, e -54,48%, respectivamente.

Medicamentos, teve participação de 4,23% no valor total comprado pelo país e diminuiu US$ 446 milhões da balança comercial nacional em dezembro de 2015. Os principais países fornecedores do bem industrializado no acumulado de 2015 foram os Estados Unidos, Alemanha e Suíça. Na comparação com o acumulado dos meses de 2014, as compras vindas desses países caíram de 2014 para 2015, -16,08%, -22,31%, -21,64%, respectivamente. Já na comparação com o mesmo mês de 2014, as vendas de medicamentos em geral caíram -23,89%.

O terceiro principal produto importado pelo Brasil em dezembro de 2015 foi partes e peças para veículos por representar 2,39% do valor total importado em dezembro. Foram US$ 252 milhões em valores absolutos. Porém, também em comparação com dezembro de 2014, a demanda brasileira por este tipo de produto caiu -35,71%. Dos dez principais fornecedores de partes e peças para veículos, nove perderam dinamismo nas importações brasileiras, com exceção do México, que permaneceu estável.

 

Importações por Blocos Econômicos

Em Dezembro de 2015, todos os blocos econômicos importaram menos na comparação mensal e anual. Ásia manteve-se como o principal fornecedor de produtos para o Brasil, representando 26,46% do valor total das compras brasileiras oriundas do exterior. Somente a China contribuiu com 14,57%.

Ficaram assim os decréscimos de variação na comparação com dezembro de 2014: África (-55,65%), Ásia (-45,79%), Mercosul (-45,00%), América Latina e Caribe (-41,36%), Estados Unidos e Porto Rico (-33,04%), Europa Oriental (-25,93%), Oriente Médio (-23,84%), e União Européia (-22,45%).

Ficaram assim os decréscimos de variação na comparação com novembro de 2015: Mercosul (-22,48%), América Latina e Caribe (-20,75%), Ásia (-16,39%), Estados Unidos e Porto Rico (-13,94%), Oriente Médio (-13,71%), África (-13,15%), União Européia (-2,54%), e Europa Oriental (-1,64%).

 

Importações Regionais

Todas as regiões brasileiras apresentaram queda nas importações na comparação dezembro 2015/2014. A região Norte foi a que apresentou a variação com mais recuo: -52,00%, significando – US$ 455 milhões de um dezembro para o outro.

Já a região Sudeste, que representou 58,38% da importação nacional, apresentou queda de -34,74% puxada por três dos quatro estados. São Paulo, maior importador entre todos os estados brasileiros concentrando 36,78% das compras do país no exterior, importou um valor -41,78% menor no último mês de 2015, quando comparado ao mesmo período de 2014. Isto representa um desconto de US$ 2.783 bilhões. O Estado do Espírito Santo apresentou variação negativa de -21,16%, indo de US$ 397 milhões em dezembro de 2014 para US$ 313 milhões em dezembro de 2015. Minas Gerais registrou retração de -44,38% no mês, gastando US$ 515 milhões em compras internacionais contra US$ 926 em dezembro de 2014.O estado do Rio de Janeiro, por sua vez, importou US$ 1.448 bilhão, apresentando estabilidade na comparação anual.

As outras regiões ficaram assim: Sul (-38,01%), Nordeste (-51,70%), e Centro-Oeste (-32,80%).

 

As principais empresas importadoras

A Petrobras se mantém como a principal empresa brasileira que mais importa bens e serviços de outros países. Respondeu, em dezembro de 2015, por 10,04% do valor total importado pelo país ou por US$ 1.058 bilhão. No entanto, comparando as importações feitas pela empresa em dezembro de 2014, a Petrobras (BOV:PETR3 e BOV:PETR4) registrou queda de -69,46%.

Em segundo lugar ficou a Embraer importando US$ 217 milhões ou 2,06% do valor total importado. A Embraer, por sua vez, registrou elevação de 24,00% na comparação anual.

A empresa Yara Brasil Fertilizantes tomou o terceiro lugar nas importações. Sua participação de 1,84% no valor total comprado pelo país diminuiu US$ 194 milhões da balança comercial nacional em dezembro de 2015, comprando 38,57% a mais na comparação com dezembro de 2014.

As empresas que também diminuíram as importações foram a Vale (VALE3 e VALE5), -24,53%, Braskem (BRKM5 e BRKM6), -30,71%, Ford Motor Company Brasil, -49,63% e Azul Linhas Aéreas -30,27%. A Ambev S.A aumentou 15,66%.

A lista completa de pessoas jurídicas que realizaram algum tipo de transação comercial internacional de compra nos doze meses de 2015 possui 42.375 empresas. Dessas, 239 registraram compras superiores a US$ 100 milhões no período. O valor total importado por essas duzentos e trinta e nove empresas totalizou US$ 102,440 bilhões em 2015 – o equivalente a 59,75% do total importado pelo país no exterior durante o período.

 

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