De acordo com o Instituto de Pesquisa de Geografia e Estatística (IBGE), em novembro de 2015, os preços coletados nas indústrias de transformação variaram -0,28% quando comparados a outubro de 2015. Este número é inferior ao observado na comparação entre setembro e outubro (1,77%). Com isso, o acumulado entre janeiro e novembro de 2015 fica em 9,35%. Nos últimos doze meses, o índice variou 9,55%.

Na comparação com o mês anterior, doze das vinte e quatro atividades pesquisadas pelo IBGE apresentaram variações positivas de preços, contra dezessete do mês anterior. As quatro maiores variações observadas em novembro de 2015 se deram entre os produtos compreendidos nas seguintes atividades industriais: Indústrias extrativas (-10,08%), madeira (-2,74%), calçados e artigos de couro (-2,54%) e bebidas (-2,11%). Os itens que mais exerceram influência sobre a valorização do IPP foram: Indústrias extrativas (-0,33%), refino de petróleo e produtos de álcool (0,18%), alimentos (0,08%) e outros produtos químicos (-0,07%).

Confira a performance de todos os grupos de indústria avaliados pelo IBGE em 2015 para elaboração do IPP

A seguir, são analisados detalhadamente esses sete setores que no mês de novembro de 2015 encontravam-se entre os principais destaques do Índice de Preços ao Produtor por apresentarem grande variação na comparação com o mês anterior:

 

 

Indústrias Extrativas

Em novembro, os preços do setor recuaram em 10,18%, maior entre todos os recuos observados nas indústrias extrativas e de transformação. O destaque dado a esta atividade se deve justamente ao impacto que ela teve, na comparação com o mês anterior, em termos de variação (a maior negativa) e em termos de influência (a maior em módulo). Vale salientar que as variações de todos os preços foram negativas, em linha com o mercado internacional nos casos de petróleo e minério.

 

 

Alimentos

Os preços do setor variaram em 0,40% em novembro contra outubro, resultado que, entre os oito positivos observados ao longo de 2015, é o segundo menor (o menor ocorreu em junho de 2015, 0,13%). Os dois produtos que encabeçam os destaques em termos de influência (“resíduos da extração de soja” e “açúcar cristal”) aparecem também entre as maiores variações, sendo que, no caso de “resíduos da extração de soja”, a variação é negativa.

Completam a lista dos quatro produtos de maior influência “óleo de soja em bruto, mesmo degomado” e “óleo de soja refinado”, ambos, assim como “açúcar cristal”, com variações positivas de preços. Os quatro produtos, na variação de 0,40%, tiveram influência de 0,19%. O aumento do preço do “açúcar cristal” se deve, em certa medida, a uma oferta menor, em parte por conta de chuvas que atrapalharam a colheita e em parte por conta da própria safra (menor). No caso dos derivados de soja, o aumento dos preços dos óleos ao lado da redução do preço de “resíduos da extração de soja” parece apontar para particularidades do mercado, uma vez que as empresas, no caso deste último produto, terem informado que houve arrefecimento da demanda.

Vale dizer que ainda não chegou o momento da colheita e notícias mostram que o plantio tem sofrido vários problemas, em muitos casos forçando o replantio.

 

 

Calçados e produtos de couro

Os principais produtos da atividade que contribuíram com variação (-2,54%) e influência negativa no indicador novembro contra outubro de 2015, são destaques “calçados de material sintético feminino – exceto tênis ou para uso profissional” e “couros e peles de bovinos curtidos ao cromo ou secos”.

 

 

Madeira

Novamente o destaque desta atividade é o resultado mensal de -2,74% em novembro de 2015, a maior variação negativa de preços da indústria de transformação, tal como havia ocorrido no mês imediatamente anterior (-3,06%). As variações de preços dos produtos desta atividade são parcialmente influenciadas pela mudança de preço da moeda estrangeira expressa em moeda nacional, o que ajuda a explicar o resultado negativo em novembro de 2015. Destaque para o produto “madeira serrada, aplainada ou polida”, pela maior contribuição.

 

 

Bebidas

Em novembro, na comparação com outubro, os preços do setor tiveram variação média de -2,11%. Neste setor os aumentos mais fortes costumam acontecer um pouco antes do verão, o que, no caso deste ano, se deu em outubro. Entre os produtos do setor, um único, “cervejas e chope”, teve variação negativa de preços.

 

 

Refino de petróleo e produtos de álcool

Em comparação com outubro, os preços do setor, em novembro, variaram em média 1,77%, segunda maior taxa do ano (perde para outubro, 2,77%).

No caso dos produtos de maior influência, apenas “naftas” teve variação negativa de preços, e a maior influência veio de “álcool etílico (anidro ou hidratado)”, cujos preços estiveram pressionados tanto por uma demanda aquecida quanto por uma oferta retraída. Os produtos de maior peso no cálculo do setor, “óleo diesel e outros óleos combustíveis” e “gasolina automotiva”, também tiveram influência positiva no cálculo, apesar de não terem variação de preços das mais destacadas.

 

 

Outros produtos químicos

Quebrando uma série de variações positivas de cinco meses consecutivos, a indústria química registrou no mês de novembro uma variação negativa de preços de 0,63%.

Os produtos que mais influenciaram os resultados do mês foram “adubos ou fertilizantes à base de NPK” e “polipropileno (PP)”, ambos com variações negativas de preços e com grande peso na atividade.

O cenário da indústria química dos produtos petroquímicos básicos e intermediários para plastificantes, resinas e fibras é ligado aos valores internacionais, aos custos associados à energia elétrica, a compra de matérias-primas importadas, a cotação do dólar (desvalorização do real frente à moeda americana de 48,2% em 12 meses) e aos preços da nafta, produto com sensível queda de preços entre dezembro de 2014 e março de 2015, recuperação de preços entre abril e setembro deste ano e novamente uma queda de preços em outubro e novembro; o que explica em parte a redução dos preços no último mês.

 

 

Entenda o Índice de Preços ao Produtor (IPP)

Produzido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice de Preços ao Produtor (IPP) tem como principal objetivo medir a variação média dos preços de venda recebidos pelos produtores domésticos de bens e serviços, sinalizando as tendências inflacionárias de curto prazo no Brasil.

O IPP mensura a evolução dos preços de produtos de vinte e três setores da indústria de transformação. Cerca de mil e quatrocentas empresas são visitadas pelo IBGE para a pesquisa.

Os preços coletados ainda não apresentam a incorporação de impostos tarifas e fretes, sendo definidos apenas pelas práticas comerciais usuais. O instituto coleta, aproximadamente, cinco mil preços por mês.

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