Os motoristas de vans escolares que trabalham para a prefeitura de São Paulo fecharam a entrada do Túnel Anhangabaú, próximo ao Terminal Bandeira. Eles bloquearam a via nos dois sentidos por meia hora. Depois de negociarem com a Polícia Militar os manifestantes desocuparam o local.

O protesto, que já dura dez horas, é contra a mudança imposta pela administração municipal das regras no modelo de contratação do serviço. Desde o início da manhã, cerca de 500 vans percorreram a cidade, do Pacaembu até a prefeitura, no centro, onde continuam concentrados.

O diretor da União Geral do Transporte Escolar (UGTESP), Edmilson Andrade, informou que os motoristas estudam a possibilidade de desocupar a frente da Prefeitura por causa do Movimento Passe Livre, que deve inciar um ato no local. “Estou negociando com a categoria a possibilidade de mudarmos de lugar, de modo a não misturar as manifestações”.

Segundo Edmilson, havia uma promessa de o prefeito Fernando Haddad receber uma comissão de motoristas. Entretanto, eles foram recebidos por um representante, que informou que a resposta às reivindicações será dada amanhã (22), após uma reunião técnica entre as secretarias municipais da Educação e do Transporte.

“Já sabemos a resposta de amanhã. Mesmo que ele reveja algum item, o principal já deixou claro que não vai rever. Se isso não tiver uma solução, a categoria deve decidir continuar com o protesto”.

Atualmente, quem presta serviço à prefeitura para transportar crianças recebe entre R$ 3 mil e R$ 5 mil pelo aluguel da van, dependendo do estado do veículo. São 30 centavos por quilômetro rodado, além de R$ 40 por criança transportada. Os motoristas ganham, em média, R$ 7,5 mil reais mensais, sem descontar custos com combustível e manutenção da van.

A nova proposta é oferecer um valor fixo apenas por criança transportada, em torno de R$ 150, o que baixaria para cerca de R$ 4 mil o valor recebido mensalmente pelos motoristas.