Petrobras cotada abaixo de R$ 5,00 derruba o Ibovespa

O dia foi de luto no mercado de ações dos Estados Unidos e do Brasil. Lá, o luto foi pela lembrança da morte do ativista negro Martin Luther King, assassinado em 1968. Esse acontecimento marcou tão profundamente a sociedade americana, que toda terceira segunda-feira do mês de janeiro, data próxima ao aniversário do ativista , é feriado nos Estados Unidos. Nesse dia, obviamente, o mercado financeiro local não funciona, o que deixa as bolsas de valores internacionais operando em ritmo bastante lento, como se todos os investidores também lamentassem pela morte do ganhador do prêmio Nobel da Paz de 1964. Por aqui, o luto foi causado pelas ações da Petrobras, que desabaram para seu nível mais baixo desde Novembro de 2003, ao serem negociadas abaixo de cinco reais.

Com a queda de mais de sete por cento nas ações da estatal, o Ibovespa encerrou o pregão desta segunda-feira com desvalorização de 1,64%, cotado a 37.937,27 pontos. Isso fez com que a Bolsa de Valores de São Paulo mantivesse o menor nível de fechamento desde 09 de março de 2009, auge da crise mundial, quando havia encerrado o dia em 36.741,35 pontos.

Cenário Externo

Diante da fraca agenda externa e do feriado de Martin Luther King nos Estados Unidos, que deixou as bolsas de valores locais fechadas, os mercados internacionais tiveram que trabalhar com liquidez bastante reduzida nesta segunda-feira. Isso, no entanto, não tornou o cenário econômico externo menos complicado. Preocupações com a saúde da economia chinesa e a volatilidade nos preços do petróleo são constantes e vêm alimentando a profunda aversão ao risco nos mercados globais nas últimas semanas.

Nesta sessão, a alta do yuan contribuiu para trazer alguma tranquilidade aos mercados, após novas medidas para deter a especulação com a moeda.

O preço do barril de petróleo, por outro lado, chegou a atingir seus preços mínimos desde 2003, sendo negociado abaixo de US$ 28,00, após a suspensão de sanções internacionais contra o Irã no último fim de semana.

Cenário Interno

No cenário local, investidores continuaram apreensivos em relação à estratégia do governo para enfrentar a crise econômica. Dúvidas sobre o comprometimento do governo com o ajuste fiscal e os próximos passos da política monetária sustentavam a cautela.

Nos próximos dois dias, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil se reunirá para definição da taxa básica de juros. O mercado vem apostando em uma alta de meio ponto percentual, que marcaria o início de um novo ciclo de alta da Taxa Selic, muito importante para o controle da política de crédito e da inflação, mas letal para a atividade econômica do país.

Petrobras

As ações preferenciais da Petrobras (PETR4), que dão prioridade na distribuição de dividendos, despencaram 7,16% nesta sessão, encerrando o dia cotadas a R$ 4,80. É a primeira vez que os papéis fecham abaixo de cinco reais desde 2003. Já as ações ordinárias (PETR3), com direito a voto em assembleia, perderam 6,11%, fechando a R$ 6,30.

Os papéis da petroleira foram influenciados pela instabilidade do preço do petróleo. Além disso, investidores continuavam preocupados com os riscos do endividamento e do plano de venda de negócios da estatal.

Vale

As ações da Vale, que assim como a Petrobras têm grande peso sobre o Ibovespa, também influenciaram a queda do índice.

Os papéis ordinários da mineradora (VALE3) recuaram 5,12%, cotadas a R$ 8,89. Já as ações preferenciais (VALE5) se desvalorizaram 4,66%, encerrando o dia negociadas a R$ 6,95.

Mercado de Opções

O exercício de contratos de opções sobre ações movimentou R$ 1,92 bilhão nesta segunda-feira, dos quais R$ R$ 1,7 bilhão em opções de venda e R$ 228,5 milhões em opções de compra.

A opção mais exercida foi dos contratos de venda das ações preferenciais da Vale, a R$ 13,12 por ação, com R$ 93,48 milhões movimentados.

Desempenho das ações que compõem o Ibovespa em 18 de Janeiro de 2016