Vale e Petrobras derrubam o Ibovespa, que atinge menor nível desde Março de 2009

O principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo encerrou esta quarta-feira, 06 de Janeiro de 2006, com desvalorização de 1,52%, cotado a 41.773,14 pontos. Esse é o menor nível de fechamento desde 31 de março de 2009, quando a Ibovespa encerrou o pregão cotado em 40.925,87 pontos.

A forte desvalorização registrada no terceiro pregão de 2016 foi puxada, principalmente, pelo desempenho pífio das ações da Vale e da Petrobras, que exercem grande peso sobre o índice.

Cenário Externo

O mercado de ações brasileiro começou o dia com a notícia de que a Coréia do Norte testou com sucesso um artefato nuclear de hidrogênio em tamanho reduzido nesta quarta-feira. O governo do país asiático reivindica o reconhecimento mundial do avanço de seu poder de fogo e capacidade de ataque a seus inimigos.

A notícia liga o sinal de alerta no Japão e na Coreia do Sul, inimigos declarados do governo norte-coreano. Também aumenta o desafio da política externa dos Estados Unidos e testa a capacidade da China de controlar seu aliado mais instável.

Além do medo de uma possível guerra nuclear, os investidores tiveram que lidar com a divulgação de mais um dado preocupante sobre a economia chinesa. Desta vez, foi o fraco desempenho do setor de serviços da China que contribuiu para sustentar a apreensão nos mercados globais. Na última segunda-feira, dados fraquíssimos sobre a produção industrial e a atividade industrial chinesa já haviam feito as principais bolsas de valores internacionais derreterem.

Em resposta, o banco central chinês  injetou quase US$ 20 bilhões nos mercados e fixou sua taxa de câmbio diária no menor patamar dos últimos quatro anos e meio, o que alimenta os temores de que a segunda maior economia do mundo pode estar ainda mais fraca do que o esperado.

Outro fato que sacudiu as bolsas de valores ao redor do mundo foi mais uma baixa dos preços do petróleo no mercado internacional, que atingiram o menor valor dos últimos onze na sessão de hoje. O preço do barril de petróleo do tipo brent, negociado na Bolsa de Mercadorias e Futuros de Nova Iorque, fechou o dia negociado a US$ 34,12.

Cenário Interno

No cenário local, investidores aguardavam novas sinalizações do governo sobre sua estratégia para enfrentar a crise econômica, após a troca de Joaquim Levy por Nelson Barbosa no Ministério da Fazenda alimentar preocupações com a possibilidade de o governo afrouxar o rigor fiscal.

Também cresce a expectativa pelo fim do recesso no Congresso Nacional, que adia a decisão de medidas importantes para a busca do ajuste das contas públicas e acirra os ânimos dos investidores.

Entre as medidas a serem analisadas pelo Congresso após a volta do recesso está a retomada da CPMF, prevista na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2016 e necessária nos cálculos do governo para fechar o ano com a meta de economizar 0,5% do PIB (Produto Interno Bruto).

Vale

As ações ordinárias da mineradora Vale (VALE3), com direito a voto em assembleia geral da companhia, tombaram 7,35%, fechando o dia cotadas a R$ 11,60. Já as ações preferenciais (VALE5) da empresa, que dão prioridade na distribuição de dividendos, perderam 7,58% de seu valor, cotadas a R$ 9,15. A forte queda nas cotações da mineradora foi influenciada, principalmente, por mais um dia de notícias tenebrosas oriundas da China, principal destino das commodities extraídas pela Vale. O enfraquecimento progressivo da economia de seu principal parceiro comercial aumenta (e muito) a pressão sobre a mineradora brasileira.

Petrobras

As ações ordinárias da Petrobras (PETR3) recuaram 4,62%, encerrando o pregão cotadas a R$ 8,06. Por sua vez, as ações preferenciais  (PETR4) da gigante brasileira do setor de petróleo caíram 4,19%, cotadas a R$ 6,40. A queda das ações Petrobras acompanhou a forte baixa dos preços do petróleo no mercado internacional.

Desempenho das ações que compõem o Ibovespa em 06 de Janeiro de 2016