Ibovespa recua com Lula na Casa Civil; bancos encabeçam perdas e dólar atinge R$ 3,82

Numa manhã agitada pela reunião entre a presidente da Dilma Rousseff, o ex-presidente Lula e o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, além da informação de que Lula assumirá a Casa Civil e o presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, deixaria o governo, o Índice Bovespa abriu em queda. Às 11h59, o principal indicador acionário do país tinha perdas de 0,26%, aos 46.690 pontos, após bater queda de 1% mais cedo.

Entre as instituições financeiras, com forte peso no índice, os papéis preferenciais (PN, sem voto) do Itaú Unibanco registrava baixa de 3,74%, como Bradesco PN, 3,89% e as ações ordinárias (ON, com voto) do Banco do Brasil, 0,06%. A segunda maior participação do indicador, Ambev ON, também recuava 1,53%.

Na contramão, as units (recibos de ações) do Santander subiam 0,44%. Com o petróleo valorizado no exterior, Petrobras ON e PN ganhavam 4,60% e 1,66%, respectivamente. No mesmo sentido, Vale ON avançava 3,04%, como seus papéis PNA, 3,10%.

Bancos lideram perdas e CSN avança 6%

Tirando os bancos, as piores quedas do Ibovespa no horário eram de Rumo Logística ON, 4,17%, Itaúsa ON, 3,13%, CCR ON, 1,95%, e Kroton ON, 1,92%. A administração da Rumo teria proposto um aumento do capital social de cerca R$ 1,386 bilhão, apontou relatório da XP. Além disso, haveria também uma proposta de alteração do capital da companhia em até R$ 7 bilhões.

Apesar da baixa, a Ativa Investimentos aponta que a educacional Kroton apresentou resultados bastante positivos, principalmente se comparados aos concorrentes do setor. A companhia anunciou ontem lucro líquido de R$ 295,5 milhões no quarto trimestre do ano passado, um crescimento de 21,1% na comparação com o mesmo período em 2014. No acumulado do ano, o lucro atingiu R$ 1,396 bilhão, uma melhora de 39,5% contra o ano anterior.

Já as maiores altas do índice ficavam com CSN ON, 6,75%, MRV ON, 3,31%, Fibria ON, 3,05%, e Suzano Papel PNA ON, 3,11%. As exportadoras CSN, Fibria e Suzano avançavam com a virada do dólar, valorizado diante do atual cenário político e econômico.

Usiminas ganha 3% com discussão sobre elevação de preços

De acordo com relatório da XP, a Usiminas teria informado que “pretende aumentar o preço que cobra de seus distribuidores, em linha com os padrões internacionais”, segundo informação que teria sido enviada à Bloomberg. Outra fonte da agência de notícias Reuters também teria dito que a companhia elevaria seus preços em até 10%. Usiminas PNA subia 3,85%.

Em dia de Fed, EUA e Europa registram leve recuo; petróleo sobe 2%

À espera da reunião do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) sobre política monetária marcada para às 15 horas, seguido de entrevista da presidente da instituição Janet Yellen às 15h30, o Dow Jones recuava 0,09%, ao passo que o S&P 500 subia 0,02%, com o índice da Nasdaq, 0,13%. Hoje também serão divulgados dados de inflação e produção industrial dos Estados Unidos em fevereiro.

Os investidores europeus repercutem hoje a taxa de desemprego britânica entre dezembro de 2015 e fevereiro deste ano. O resultado ficou em linha com o esperado pelos analistas, um avanço de 5,1%. O mercado ainda aguarda para às 15 horas uma nova fala do presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, na Alemanha, além da reunião do Fed. Na região, o Stoxx 50, dos 50 papéis mais líquidos do bloco, perdia 0,23%, com o francês CAC, 0,19%. Já o britânico Financial Times tinha ganhos de 0,50%, como o alemão DAX, 0,30%.

Na Ásia, as bolsas chinesas tomaram direções distintas, enquanto o petróleo WTI, negociado em Nova York, ganhava 2,12%, para US$ 37,11, acompanhado pelo Brent, de Londres, com alta de 1,76%, para US$ 39,42, depois de cair 6% nas últimas duas sessões. Em relatório da Guide Investimentos, a casa lembra que participantes da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) se reunirão em Doha em 17 de abril para discutir o congelamento da produção nos níveis de janeiro.

Juros têm sentidos mistos; dólar avança para R$ 3,82

As taxas de juros futuros válidas até 2017 ficavam em 13,83% ao ano, ante 13,88% ontem. Para 2018, as projeções subiam de 13,88% para 13,95%, assim como o vencimento dos contratos de 2021, que passavam de 14,68% para 14,89%. Refletindo a possibilidade do ex-presidente Lula ganhar foro privilegiado como ministro, o dólar comercial tinha valorização de 1,43%, vendido a R$ 3,82, como o dólar turismo, que subia 4,24%, para R$ 3,93 na venda.