De acordo com o Instituto de Pesquisa de Geografia e Estatística (IBGE), em fevereiro de 2016, os preços coletados nas indústrias de transformação variaram -0,58%. Este número é inferior ao observado na comparação entre dezembro de 2015 e janeiro de 2016 (0,68%). Com isso, o acumulado de 2016 fica em 0,09%. Nos últimos doze meses, o índice variou 8,57%.

Na comparação com o mês anterior, dez das vinte e quatro atividades pesquisadas pelo IBGE apresentaram variações positivas de preços, contra dezoito do mês anterior. As quatro maiores variações observadas em fevereiro de 2016 se deram entre os produtos compreendidos nas seguintes atividades industriais: refino de petróleo e produtos de álcool (-3,06%), confecção de artigos do vestuário e acessórios (2,05%), bebidas (-2,02%) e outros produtos químicos (-1,85%).

Confira a performance dos grupos de indústria avaliados pelo IBGE para elaboração do IPP

Já itens que mais exerceram influência sobre a valorização do índice foram: refino de petróleo e produtos de álcool (-o,32 ponto porcentual), outros produtos químicos (-0,20 ponto porcentual), alimentos (o,07 ponto porcentual) e bebidas (-0,06 ponto porcentual).

 

A seguir, são analisados detalhadamente esses cinco setores que no mês de fevereiro de 2016 encontravam-se entre os principais destaques do Índice de Preços ao Produtor por apresentarem grande variação na comparação com o mês anterior:

 

Refino de petróleo e produtos de álcool

O resultado de -3,06%, observado na comparação de preços entre fevereiro e janeiro de 2016, é a maior variação negativa observada. Com ela, o acumulado no ano chegou a -3,63%, maior valor negativo já observado no mesmo mês ao longo da série. Em 2015, o acumulado em fevereiro também fora negativo (-2,44%), o segundo maior negativo. Em termos de comparação anualizada, a variação é positiva, 4,02%. Entre os produtos de maior influência na comparação fevereiro de janeiro de 2016, três são derivados de petróleo e todos (“óleo diesel e outros óleos combustíveis”, “naftas” e “querosene de aviação”) com influência negativa. A influência positiva de “álcool etílico (anidro ou hidratado)” é compatível com o período de entressafra da cana-de-açúcar.

 

Confecção de artigos do vestuário e acessórios

As variações de preços observadas nos produtos do setor o colocam em destaque, pois 2,05% foi a maior variação positiva, em termos mensais, entre todas as atividades acompanhadas pela pesquisa e 4,32% foi a segunda maior positiva na perspectiva do acumulado no ano (atrás de Produtos de metal, 5,34%). Esses aumentos são justificados pela entrada de uma nova coleção e, em alguns casos, como reportado pelas empresas, o fato de importarem algumas matérias-primas têm tido impacto de custo.

 

Outros produtos químicos

O cenário da indústria química dos produtos petroquímicos básicos e intermediários para plastificantes, resinas e fibras é ligado aos valores internacionais, aos custos associados à energia elétrica, à compra de matérias-primas importadas, à cotação do dólar e aos preços da nafta, produto com queda de preços entre outubro de 2015 e fevereiro de 2016; o que também explica em parte a redução dos preços no último mês. A indústria química registrou no mês de fevereiro uma variação negativa de 1,85%, o que gerou uma variação acumulada de preços no ano de -1,66% e de 15,70% em 12 meses (valor mais elevado de variação neste tipo de comparação desde julho de 2011).

 

Alimentos

A variação de preços observada entre janeiro e fevereiro foi de 0,33%, menor taxa desde junho de 2015 (0,13%). Com esse aumento, a variação positiva acumulada chegou a 1,95%. Já na comparação com fevereiro de 2015, a variação é de 15,67%. Com esses resultados, em termos de influência, o setor desponta como a principal influência positiva nos três indicadores avaliados: Mensal (0,07 ponto porcentual); Acumulado em 2016 (0,39 ponto porcentual); e no Anualizado (3,00 ponto porcentual). Os produtos em destaque em termos de influência são “resíduos da extração de soja” e “açúcar cristal”.

 

Bebidas

Em fevereiro de 2016 o setor teve uma queda média de preços ao produtor da ordem de 2,02%, acumulando 3,66% de queda desde janeiro de 2016. O índice do setor, entretanto, acumula um aumento de 5,29% com relação a fevereiro de 2015. Esta é a quarta queda seguida dos preços ao produtor do setor, que teve uma alta de 9,57% em outubro de 2015. A variação negativa nos preços ao produtor deve-se, em parte, a uma redução de consumo (menor demanda interna).

 

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Entenda o Índice de Preços ao Produtor (IPP)

Produzido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice de Preços ao Produtor (IPP) tem como principal objetivo medir a variação média dos preços de venda recebidos pelos produtores domésticos de bens e serviços, sinalizando as tendências inflacionárias de curto prazo no Brasil.

O IPP mensura a evolução dos preços de produtos de vinte e três setores da indústria de transformação. Cerca de mil e quatrocentas empresas são visitadas pelo IBGE para a pesquisa.

Os preços coletados ainda não apresentam a incorporação de impostos tarifas e fretes, sendo definidos apenas pelas práticas comerciais usuais. O instituto coleta, aproximadamente, cinco mil preços por mês.

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