Após uma possível delação do senador Delcídio do Amaral (PT-MS), que envolve a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nos esquemas de corrupção da Petrobras, e a ação da Polícia Federal (PF) na casa do ex-presidente, a consultoria MCM vê como “bastante plausível” as chances do vice-presidente Michel Temer assumir a Presidência da República.

Hoje, a PF deflagrou a 24ª fase da Operação Lava Jato, chamada de Operação Aletheia. Segundo a PF, a casa do ex-presidente, em São Bernardo do Campo (SP), de um de seus filhos, Fabio Luiz da Silva, e também a sede do Instituto Lula estão entre os locais onde estão sendo realizadas buscas. A nova fase tem por objetivo dar continuidade às investigações de crimes de corrupção e lavagem de dinheiro dentre outros praticados por diversas pessoas no contexto do esquema criminoso revelado e relacionado à estatal.

Apesar de um cenário ainda incerto em relação a um impeachment de Dilma, que não deve ganhar clareza pelos próximos quatro meses, razões para sustentar pedidos contra a presidente não faltarão, afirma a consultoria. Do lado das manifestações populares a favor de Lula e Dilma, a MCM acredita elas não serão “obstáculos relevantes” ao impeachment, embora tendam a provocar confusão e aumentar o ambiente de conflito social.

Para eles, Temer aparece longe “na mira de tiro” atual, já que, por enquanto, trata-se de uma delação seletiva, sem a citação de participantes do PMDB, aponta a MCM em relatório. Os analistas acreditam numa união entre PMDB, Temer e o presidente do Senado, Renan Calheiros, com poderes divididos dentro do partido. Ainda assim, “a possibilidade de Temer ser atingido por alguma farpa da Lava Jato não pode ser descartada”, lembram.

Num primeiro momento, Temer passaria a comandar a “formulação de cenários prospectivos para as diversas variáveis macroeconômicas e para as condições da governabilidade política sob o comando do PMDB”, completam.