O Santander Brasil anunciou hoje a compra total da companhia de meios de pagamentos e recebimentos digitais ContaSuper. Segundo o novo presidente da empresa digital Ezequiel Archipretre, a segunda etapa do negócio, que custou R$ 119 milhões ao Santander, consolida a estratégia digital do grupo, de olho nos consumidores sem acesso aos bancos e nos jovens.

O interesse do banco espanhol pela ContaSuper, que é na prática um cartão pré-pago para serviços financeiros, teve início no ano passado, quando a instituição comprou 50% da empresa dos investidores Alfredo Moraes e Márcio Salomão, com perspectiva de ampliar sua participação na companhia em 2018. A primeira parte da compra custou R$ 31 milhões.

A ideia inicial era ampliar a base de clientes de 200 mil em 50 mil novos cadastros no ano passado, mas depois que a ContaSuper bateu os 360 mil em 2015, o Santander resolveu antecipar a compra total do negócio, por mais R$ 119 milhões.

Hoje, Archipretre trabalha com uma expectativa de alcançar 500 mil clientes este ano, “numa época de modernização do sistema financeiro em todo o mundo”, de acordo com ele. Além disso, segundo o executivo, 60 milhões de brasileiros, 40% da população adulta do país, não são clientes de nenhum banco. “Com essa imensa demanda reprimida por serviços financeiros, a ContaSuper tem potencial para chegar a 1 milhão de contas”, defende.

Na prática, o ContaSuper poderá ser usado por qualquer cidadão maior de idade, com CPF e até nome sujo na praça. Não é necessária comprovação de renda. A ideia é que o cliente gerencie suas ações pela internet para serviços como colocar crédito no celular e carregar crédito para pagamentos de contas, comprar moeda estrangeira para viagens ou remunerar um empregado, por exemplo. Os preços dos cartões vão de R$ 5,90 a R$ 10,60, a depender do pacote de serviços.

O investidor Alfredo Moraes sai da empresa, mas Márcio Salomão permanecerá no Conselho da companhia digital. Ezequiel Archipretre, que assume agora a presidência da ContaSuper, era superintendente executivo de produtos de varejo no Santander, um argentino com dez anos de experiência no mercado bancário brasileiro.