Com as perdas das ações das instituições financeiras no meio da tarde, o Índice Bovespa fechou com leve queda, de 0,30%, para 54.311 pontos. O volume financeiro diário da bolsa somou R$ 7,7 bilhões, um pouco acima da média anual de R$ 7,2 bilhões.

Refletindo seus resultados trimestrais, os papéis preferenciais (PN, sem voto) do Bradesco caíram 2,05%, como Itaú Unibanco PN, 0,68%, e as ações ordinárias (ON, com voto) do Banco do Brasil, 2,47%. Já as units (recibos de ações) do Santander subiram 1,63%. O Bradesco divulgou hoje lucro líquido ajustado de R$ 4,113 bilhões, 3,8% inferior ao do mesmo período do ano passado. O valor equivale a uma rentabilidade de 17,5% sobre o patrimônio líquido, abaixo dos 20,6% do mesmo período de 2015.

Depois de atingir ganhos de 4% mais cedo, Vale ON e PNA avançaram 1,75% e 1,83%, respectivamente. A mineradora ganhou com seu “forte” balanço trimestral, que reverteu os prejuízos do fim do ano anterior, e com o minério de ferro em alta lá fora. Em relatório, o BTG Pactual recomendou a “manutenção” dos papéis da empresa, com preço-alvo de R$ 15,70 para os próximos 12 meses. Já o Deutsche Bank indicou a “compra” das ações da companhia, com preço justo de R$ 22,68.

Apesar do petróleo mais valorizado, Petrobras ON subiu 1,27%, enquanto Petrobras PN caiu 0,20%.

Natura cai 6% e Oi sobe 5%

As piores baixas do Ibovespa foram puxadas por Natura ON, 6,09%, Usiminas PNA, 4,65%, Fibria ON, 4,51%, e BBSeguridade ON, 4,34%. A fabricante de cosméticos informou pela manhã prejuízo de R$ 69,1 milhões no primeiro trimestre deste ano, ante uma expectativa dos analistas de lucro de R$ 88 milhões. Na contramão, as maiores altas do índice ficaram com Oi ON, 5,88%, Bradespar PN, 4,12%, Smiles ON, 2,66%, e Hypermarcas ON, 2,55%. Como importante acionista da Vale, Bradespar manteve os avanços registrados mais cedo, quando a mineradora avançou 4%. Hypermarcas divulgou hoje lucro de R$ 1 bilhão no primeiro trimestre, impulsionado pela venda da área de cosméticos para a Coty.

Companhias abertas rejeitam mais direito a voto em código de governança

Segundo pesquisa realizada pela Associação Brasileira das Companhias Abertas (Abrasca), 73% dos seus participantes rejeitam a sugestão de que cada ação tenha direito a um voto, princípio em discussão no mercado por conta da criação do código único de governança corporativa no país. Apenas as ações ON possuem poder voto nas empresas, mas a maioria dos papéis em circulação é de papéis preferenciais, sem voto.

EUA caem com PIB; petróleo ganha 1% 

O mercado americano repercutiu hoje os dados da primeira estimativa do Produto Interno Bruto (PIB) do país para o primeiro trimestre do ano, que decepcionaram com crescimento anual de 0,5%. Por lá, o indicador de atividade manufatureira do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) de Kansas melhorou de -6 para -4 em abril. Além disso, os pedidos de auxílio desemprego aumentaram de 248 mil para 257 mil na semana até 22 de abril. O Dow Jones caiu 1,17%, como o S&P 500, 0,92%, e o índice da Nasdaq, 1,19%.

Na Europa, apesar do índice de confiança local ter melhorado de 103 para 103,9 pontos em abril, os principais indicadores tiveram trajetórias mistas. O Stoxx, dos 50 papéis mais líquidos do bloco, recuou 0,16%, seguido pelo francês CAC, 0,04%. Já o britânico Financial Times ganhou 0,04%, como o alemão DAX, 0,21%.

Entre as commodities, o minério de ferro avançou 4%, acompanhado pelo petróleo WTI, negociado em Nova York, que subiu 1,21%, para US$ 45,88, e pelo barril do Brent, de Londres, que avançou 1,59%, para US$ 47,93.

Juros avançam e dólar recua para R$ 3,50

As taxas de juros futuros fecharam o dia em alta. Para 2017, as projeções passaram de 13,44% ao ano para 13,58%, assim como os juros válidos até 2018, que subiram de 12,67% para 12,77%. Finalmente, 2021 registrou taxas de 12,68%, contra projeção anterior de 12,54%. Ontem, o Banco Central (BC) anunciou a manutenção da taxa de juros básica da economia (Selic) em 14,25% ao ano.

O mercado também foi pressionado hoje pelo Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) de abril, que teve alta de 10,63% no acumulado dos últimos 12 meses.

Pelo quarto dia seguido, o BC ficou fora do mercado de câmbio. O dólar comercial teve recuo de 0,68%, para R$ 3,50 na venda, seguido pelo dólar turismo, que marcou desvalorização de 1,10%, sendo vendido por R$ 3,59.