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BC compra US$ 3,150 bi via swaps para segurar dólar; moeda segue fraca

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O Banco Central (BC) já vai para o segundo leilão do dia para tentar segurar as cotações do dólar diante do real e evitar uma valorização mais forte da moeda brasileira. No primeiro leilão de swaps cambiais reversos, que funcionam como compra de dólares pelo BC, às 9h30, foram oferecidos 80 mil contratos, equivalentes a US$ 4 bilhões, dos quais foram vendidos 57 mil, ou US$ 2,850 bilhões. Pouco depois, às 10 horas, o BC anunciou o segundo leilão, oferecendo os 23 mil contratos que sobraram, no valor de US$ 1,150 bilhão. Nesse segundo, foram comprados 6 mil contratos, ou US$ 300 milhões, totalizando US$ 3,150 bilhões nos dois leilões.

US$ 11 bi em dois dias

Ontem, o BC já havia vendido US$ 8 bilhões via 160 mil contratos de swap reverso. Com a operação de hoje, até agora, já são US$ 11,150 bilhões, que vão reduzir a posição vendida (devedora em dólar) do BC no mercado. Essa posição chegou a US$ 108 bilhões e já havia caído até ontem para cerca de US$ 90 bilhões.

No swap cambial reverso, o BC recebe a variação do dólar e paga a variação dos juros, o que for maior. No swap tradicional é o contrário, o BC paga a variação do dólar para o comprador do contrato e recebe os juros, o que for maior.  Ao vender contratos de swap reverso, o BC na prática anula os contratos de swap normal vendidos anteriormente.

Cotação não sobe muito

Apesar dos esforços do BC, o dólar demostrou pouca reação, atingindo na máxima do dia R$ 3,533, ligeiramente acima dos R$ 3,494 do fechamento de ontem, que também estava perto da mínima do dia. Para Pablo Stipanicic Spyer, da Mira Asset, o fluxo de moeda está forte, mas a moeda se mantém na máxima do dia.

Cenário externo e interno influenciam dólar

O aumento das possibilidades de impeachment e o cenário externo favorável a um dólar mais fraco reforçam a tendência de baixa da moeda americana no curto prazo, avalia José Raymundo Faria Júnior, diretor da Wagner Investimentos. Em relatório enviado aos clientes, ele observa que somente um desastre impedirá o impeachment de Dilma Rousseff e o mercado agora começará a reagir à indicação de nomes para uma futura equipe econômica, como Armínio Fraga e Henrique Meirelles, sempre cotados.

Já do ponto de vista dos fundamentos, o especialista afirma que o cenário é de desastre, com as contas públicas péssimas e agravadas agora pelos problemas das dívidas de Estados e municípios, que estão tendo seus cálculos alterados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e jogando para a União um novo passivo que pode ultrapassar os R$ 300 bilhões. Rio Grande do Sul e Santa Catarina já conseguiram mudar o cálculo da dívida de juros compostos para simples, o que reduz imensamente os pagamentos.

Juntar os cacos após o impeachment

Para Faria Júnior, o mercado está reagindo à saída de Dilma, condição necessária para ajustar o país, mas muito em breve será preciso “juntar os cacos”. “A sugestão é acompanhar a evolução dos índices de confiança do empresário e dos consumidores para vermos os efeitos no PIB”, diz.

Já no câmbio, o BC, ao comprar dólares via swaps reversos, reduz sua posição vendida de moeda americana no mercado. A moeda americana seguirá com o Federal Reserve (Fed, banco central americano) mais suave na alta dos juros diante dos indicadores mais fracos da economia. Outro fator que influenciará a moeda brasileira será a China e os preços das commodities. Do lado interno, há a repatriação de recursos de brasileiros no exterior e a confiança dos investidores.

Hora boa para comprar dólar

Para o especialista em câmbio Sidney Moura Nehme, o BC menosprezou a força do mercado e esperava uma melhora do quadro pró-Dilma. “Agora vai precisar tentar enxugar a liquidez excessiva que criou com a manutenção de rolagem de swaps quando saíam bilhões do país”, diz o presidente da NGO Câmbio. Para ele, o Ibovespa está em um ponto bom para vender e o dólar, para comprar.

Empresas zerando posições

Empresas que têm dívidas em dólar e que haviam feito operações no mercado futuro, comprando dólares para se proteger de uma alta, agora estão vendendo, para reduzir suas posições e se precaver de uma queda mais forte da moeda americana, que lhes traria fortes prejuízos. Isso aumenta a oferta de dólares no mercado, que está sendo absorvida pelo BC.

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