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Fique atento: oito aspectos para acompanhar o impeachment

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O processo de impeachment aberto contra a presidente Dilma Rousseff já completa algumas semanas, mas promete durar muito mais tempo do que se pensava. A situação é semelhante a um jogo de xadrez, em que várias peças se movimentam em sentidos diferentes, mas de maneira relacionada, e podem influenciar os jogadores e suas decisões, mudando drasticamente o resultado.

Todos os trâmites para a conclusão do processo devem levar cerca de seis meses para serem finalizados, o que lança uma série de questões sobre o Brasil no curto prazo. Listamos alguns pontos que devem ser acompanhados durante esse período e algumas questões que permeiam o processo de impeachment:

1) Tempo de jogo: seis meses pelo menos

Além das várias etapas na Comissão Especial, o pedido de impeachment ainda deve seguir para o Plenário e, uma vez aprovado, vai parar nas mãos do Senado. Na Câmara, a expectativa é que o processo pode ir até o fim de abril. Se for aprovado, a presidente Dilma terá de se afastar do cargo, até a conclusão do julgamento pelos senadores. Já no Senado, as discussões e votações devem durar até o fim de outubro. Portanto, segundo a Guide Investimentos, considerando que a presidente Dilma vai lutar até o último momento para se manter no poder, o processo no Senado deve durar os mesmos três meses que durou o de Fernando Collor em 1992. Já o governo Michel Temer não deve começar antes de outubro.

2) Governo Dilma: na defensiva e economia parada

A grande questão que envolve o atual governo é como ficará o país durante o processo de impeachment. A economia brasileira deve ficar parada? No Congresso, todas as propostas de ajustes fiscais e mudanças seguirão sem votação e definição, o que pode agravar ainda mais o cenário econômico do país. Já os ministros novos, escolhidos após a saída do PMDB do governo, devem seguir com dificuldades de trabalhar uma vez que os projetos do governo também estarão parados e eles terão de remontar boa parte das equipes dos ministérios.

Há ainda a questão da forma fisiológica de escolha dos novos ministros, de acordo com seus votos no Congresso, e que não garante a competência dos novos gerentes. Entre os cortejados por Dilma no PP, há sete parlamentares citados na Lava Jato. A atuação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, dentro ou fora do governo, tentando evitar a saída de parte do PMDB e atraindo parlamentares contra o impeachment, também pode dar sobrevida a Dilma.

Esse processo no Congresso terá a influência importante das ruas, que podem pressionar os parlamentares indecisos a defenderem o impeachment, sob o risco de perderem o eleitorado.

A grande expectativa é com relação à postura política de Dilma, que pode ou não partir para um radicalismo em seu governo com pautas polêmicas e populistas, como uma reforma agrária ou gastos maiores para incentivar a economia. A auto-comparação com João Goulart, deposto pelos militares em 1964 após anunciar suas Reformas de Base, mostra que essa estratégia não é de todo impossível.

3) Julgamento no TSE: o chute no tabuleiro

Outra questão paralela ao impeachment no Congresso é o processo movido contra a chapa de Dilma e Temer nas eleições de 2014, que pode mudar totalmente o quadro traçado até agora pelo mercado de uma transição controlada para um governo mais liberal. Se o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) cassar a candidatura dos dois, todo esse atual processo de impedimento pode ser em vão. Uma vez cassada a candidatura, o jogo recomeça e o país terá de ser preparar para um novo pleito, que deve beneficiar partidos menos tradicionais, como o Rede, de Marina Silva, que traz o discurso alternativo de poder, longe da corrupção que atinge petistas e tucanos.

Aécio Neves, que deveria ser o maior beneficiado, tem o risco de ser atingido pelas delações de Delcídio do Amaral e enfrenta a oposição dos que criticam o sistema político e os partidos tradicionais. E o PSDB já está rachado, como mostram as articulações do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, para a eleição municipal da capital, e do senador José Serra, aproximando-se do PMDB de Temer.

4) Lava Jato e o fator Moro

Pairando sobre o tabuleiro, está o fator Sérgio Moro, que pode interferir diretamente nas peças e mudar o jogo. As possíveis novidades que surgirem na Operação Lava Jato também podem atingir nomes do possível próximo governo, como Temer, Cunha e seus aliados, e até reforçar a cassação da chapa de Dilma e Temer no TSE. A delação de Delcídio do Amaral e a lista da Odebrecht podem desgastar esse novo governo logo no início e também partidos como PSDB, uma vez que nomes como Aécio Neves também foram citados na delação.

5) Governo Temer e seu time

A configuração de um governo chefiado por Michel Temer e o PMDB deve seguir os mesmos moldes de concessões do governo Dilma. Em busca de alianças políticas, Temer deve conceder espaço em seu governo para partidos como PSDB e DEM, buscando um tipo de governo de coalisão. Nos bastidores, o PMDB já cogita nomes como o tucano José Serra e Henrique Meirelles para comandar ministérios.

Outras siglas como o PR e o PP também devem ser cortejadas, já que ainda fazem parte do governo Dilma e são uma sombra para aprovar o impeachment. O leilão de cargos também deve atingi-los, mas Temer governará com a espada do julgamento do TSE sobre a cabeça, até que o processo seja analisado. Haverá ainda a guerra declarada do PT e de seus aliados, que não aceitarão o “golpe” e devem mobilizar sindicados e a sociedade contra as propostas do governo Temer.

6) A economia peemedebista

Outro ponto em jogo é a política econômica que deverá ser implantada pelo PMDB. O Plano Temer, já apresentado pelo partido e que inclui mudanças na política de valorização do salário mínimo, a busca pelo equilíbrio fiscal e as reformas trabalhistas e previdenciária, coloca em dúvida o que o governo conseguirá aprovar no Congresso.

A expectativa é que o plano consiga maior simpatia dos congressistas do que o ajuste fiscal petista. Não se espera, porém, uma reversão imediata da crise econômica. É possível que a confiança da economia melhore e empresas voltem a investir, mas de maneira cautelosa. O dólar também deve recuar, abrindo espaço para uma queda da inflação e dos juros, dando um alívio para a economia. Esse alívio dependerá, porém, da capacidade de Temer governar e articular sua base no Congresso, aprovando as medidas necessárias, mesmo as mais amargas, como o aumento de impostos, indispensável para garantir um equilíbrio mínimo das contas públicas.

7) Eleições municipais de outubro

As eleições municipais devem ser marcadas por uma nova configuração política no país. Enfraquecido, o PT deve rebaixar suas expectativas, enquanto partidos com o discurso de mudança devem ganhar força, como é o caso de PSB e Rede. O PMDB já tem Temer viajando por todo o país com o discurso unificador, que deve impulsionar as candidaturas do partido pelo Brasil.

8) O futuro do PT

Uma vez fora do governo, o PT deve se apoiar no discurso golpista dado por eles ao processo de impeachment e deve buscar uma reinvenção e rearticulação política, adotando uma linha mais à esquerda e mais radical. Como oposição, o partido deve lutar contra as reformas da Previdência e trabalhistas, e deve contar com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o que restar de sua reputação na busca pela reunificação do partido. Não é impossível que lideranças do PT abandonem o partido, tentando fugir do desgaste provocado pelos escândalos e pela perda do poder, ou mesmo frustrados com o caminho escolhido pelo partido, como ocorreu recentemente com o senador baiano Walter Pinheiro.

Comentários

  1. Welbi diz:

    Geraldo Alckmin, sem dúvida, é um dos políticos mais experientes e de maior destaque do país. Dirige o principal Estado da nação pela quarta vez. Foi reeleito no primeiro turno com uma votação muito expressiva. Perdeu em apenas um município dos 645. Foi também vereador, prefeito, Deputado Estadual e Federal. Sua trajetória o credencia a disputar qualquer cargo. Se Alckmin for candidato em 2018 terá meu apoio e meu voto.

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