Ibovespa fecha semana curta com queda de 1,35%; Vale perde 11% e dólar avança para R$ 3,57

Num dia de fortes baixas, o Índice Bovespa teve queda de 1,35%, para 52.907 pontos. O volume financeiro diário da bolsa, que na abertura do pregão era estimado em R$ 10 bilhões, diminuiu ao longo do dia e acabou fechando em R$ 7,1 bilhões, perto da média do ano, de R$ 7,2 bilhões.

Entre as instituições financeiras, as ações preferenciais (PN, sem voto) do Itaú Unibanco (BOV:ITUB4) caíram 1,83%, seguidas por Bradesco PN (BOV:BBDC4), 2,11%, os papéis ordinários (ON, com voto) do Banco do Brasil (BOV:BBAS3), 2,57%, e as units (recibos de ações) do Santander (BOV:SANB11), 0,80%.

Com o desempenho de sua produção abaixo do esperado pelos analistas no primeiro trimestre e o minério de ferro caindo mais de 4% lá fora, Vale ON recuou 11,71% e suas ações PNA, 8,21%. Já Petrobras teve ganhos significativos. Seus papéis ON (BOV:PETR3) e PN (BOV:PETR4) subiram 4,54% e 3,58%, respectivamente, ajudados também pelas altas do petróleo no exterior. A empresa negou hoje que um bloqueio de ações da Gaspetro pela Justiça tenha o efeito de suspender a venda da participação da estatal na subsidiária de gás para a japonesa Mitsui.

Próximo do horário de fechamento do pregão, o Ministério do Trabalho informou a maior perda de vagas formais para meses de março em 25 anos. No mês passado, o país fechou 118.776 postos de trabalho com carteira assinada. Nos últimos 12 meses, já foram suprimidas 1.853.076 milhões de vagas formais. O mercado refletiu ainda uma queda de 0,29% do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) em fevereiro deste ano, na comparação com o mês anterior.

Vale perde 11% e TIM ganha 8%

Além de Vale ON e PNA (BOV:VALE3 e BOV:VALE5), as piores baixas do Ibovespa foram marcadas por Smiles ON (BOV:SMLE3), 9,10%, Bradespar PN (BOV:BRAP4), 7,61%, e Localiza ON (BOV:RENT3) 5,63%. Na contramão, as maiores altas do indicador brasileiro ficaram com TIM ON (BOV:TIMP3), 8%, Petrobras ON, Usiminas PNA (BOV:USIM5), 3,59%, Petrobras PN, e Klabin unit (BOV:KLBN11), 1,93%.

EUA e Europa têm dia fraco; petróleo segura alta de 1%

Depois da decisão de ontem do Banco Central Europeu (BCE) de manter a estratégia monetária do bloco, com juros inalterados e a queda do minério puxando para baixo as ações de mineradoras, o Stoxx 50, dos 50 papéis mais líquidos da Europa, caiu 0,34%, como o alemão DAX, 0,60%, o francês CAC, 0,29%, e o britânico Financial Times, 1,11%, pressionados também pelo fraco Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) de fevereiro.

Nos Estados Unidos, o Dow Jones recuou 0,12%, enquanto o S&P 500 ficou estável e o índice da Nasdaq teve queda de 0,80%. O petróleo, por sua vez, perdeu força desde o período da manhã, mas conseguiu segurar valorização de 1,25%, no caso do WTI, negociado em Nova York, para US$ 43,73, acompanhado pelo barril do tipo Brent, de Londres, que ganhou 1,30%, para US$ 45,11.

Juros longos seguem estáveis e dólar avança para R$ 3,57

As projeções de juros futuros válidos até 2017 fecharam em 13,52% ao ano, contra 13,50 antes do feriado. Para 2018, as taxas passaram de 12,76% para 12,77%, ao passo que os juros para 2019 se mantiveram estáveis em 12,78%, como as projeções para 2021, que ficaram em 12,90%. Em março, o programa de venda de títulos públicos a pessoas físicas, o Tesouro Direto atraiu número recorde de investidores. Segundo balanço do Tesouro Nacional, 33.456 participantes aderiram à modalidade de investimento no mês passado, maior procura mensal desde a criação do programa, em 2002.

No segmento comercial brasileiro, a divisa americana subiu 1,18%, para R$ 3,57, como o dólar turismo, que ganhou 1,63%, vendido a R$ 3,72. O Banco Central (BC) vendeu todo seu lote do leilão de 20 mil contratos de swap cambial reverso anunciado pela manhã, cerca de US$ 1 bilhão, com vencimentos para 1º de agosto, 1º de setembro e 3 de outubro.