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Música embala atos pró e contra o impeachment em Belo Horizonte

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Se há algo em comum entre os atos favoráveis e contrários ao afastamento da presidenta Dilma Rousseff é a aposta na combinação entre música e política. Na manhã deste domingo (17), os principais blocos de carnaval da capital mineira deram início às mobilizações contra o impeachment. A partir das 10h, os blocos se concentraram na Praça Raul Soares, na região central de Belo Horizonte.

Para Laila Heringer, de 32 anos, bióloga e integrante do bloco Tchanzinho Zona Norte, a folia deu um caráter festivo à manifestação, sem tirar seu viés político. “O carnaval de bloco, aqui, em Belo Horizonte, ressurgiu nos últimos anos como um ato político. Foi uma mobilização voltada para ocupar as ruas e democratizar os espaços públicos. Hoje, vivemos no país um momento muito delicado, de perda de direitos, de perda da democracia. Então, é fundamental que os blocos se unam às manifestações populares”, disse.

O evento ganhou o nome de Arrastão de Carnaval pela Democracia. Os blocos aglutinaram uma multidão que saiu em direção à Praça da Estação por volta de 12h. Lá, os foliões se somaram ao ato organizado pelos movimentos sociais como a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

Um telão no local transmite a sessão da Câmara dos Deputados, onde os parlamentares decidem sobre a admissibilidade do processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Ali ambém há espaço para mais música, com apresentações da sambista Aline Calixto, do violonista Thiago Delegado e do rapper Flavio Renegado, entre outros.

Às 13h, quem já dava o tom no centro da praça era a bandinha do grupo Progresso Nacional com Ordem Social Democrática, que tocava marchinhas, mesclando instrumentos de metal e de percussão. “Este é um grupo em defesa do republicanismo, em defesa da Constituição e contra este estado de coisas que se instalou no país, o bolivarianismo, que fez com que o Brasil se transformasse em financiador de ditaduras comunistas na América Latina”, afirmou Ricardo Ferreira Sacco, de 47 anos, professor de direito constitucional.

Para Ricardo Sacco, a música é um fator agregador. “Apesar da tristeza com o estado de coisas instalado no Brasil, a música traz alegria e mobiliza. E a nossa bandinha anticorrupção já está famosa, mas o verdadeiro objetivo não é a fama e, sim, demonstrar nossa indignação”, disse.

Trilhas

Para além do som da percussão e da apresentação dos artistas ao vivo, os carros de som de ambos os protestos tocam com frequência as músicas que foram adotadas pelas manifestantes. Na Praça da Estação, a música Golpe não, composta por Chico César e outros artistas, inspirados pelo contexto político atual, mobiliza os contrários ao afastamento da presidente Dilma Rousseff. “Não, não, golpe não. Quem não teve voto, tem que respeitar. Não, não, golpe não. Nossa voz na rua vem para lutar”, diz o refrão.

O cientista político Juarez Guimarães considera que os músicos foram muito eficazes em traduzir o sentimento dos que são contra o impeachment. “É uma canção muito bonita, que embala as mobilizações em todas as regiões do Brasil.”

Já a música mais tocada pelos carros de som na Praça da Liberdade, onde manifestam os favoráveis ao afastamento, é o jingle Vem pra rua. A composição de Henrique Ruiz Nicolau, criada em 2013 para um comercial da montadora Fiat, ganhou destaque na voz do vocalista Falcão, da banda O Rappa. Nenhum dos dois, porém, tinham a intenção de fazer uma música de protesto, mas desde que foi criada ela acabou sendo apropriada por participantes das passeatas.

Para a comerciante Tácita Vilela Reis, de 68 anos, a letra funciona como uma convocação. “Vem vamos pra rua, pode vir que a festa é sua, que o Brasil vai tá gigante, grande como nunca se viu”, diz a música.

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