A Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) recomenda a aprovação da compra do HSBC pelo Bradesco. Agora, o processo segue para decisão final do Tribunal do Cade, que pode acolher a recomendação da Superintendência-Geral, reprovar a operação ou ainda adotar outras medidas para afastar problemas de concorrência. A decisão foi publicada na edição de hoje (4) no Diário Oficial da União.

A superintendência recomendou a aprovação, desde que condicionada à celebração de um Acordo em Controle de Concentrações (ACC) entre o Bradesco e o Cade. Segundo o Cade, esse proposta de acordo já foi aceita pelo banco.

“O ACC foi elaborado depois que a Superintendência-Geral analisou de forma detalhada o mercado bancário brasileiro e verificou a existência de alguns problemas concorrenciais que indicam baixa competição entre os bancos”, disse a superintendência, em comunicado.

Segundo a superintendência, o Bradesco (BOV:BBDC3 e BOV:BBDC4) é o quarto maior banco do país em ativos totais, enquanto o HSBC é o sexto. Com a aquisição, o Bradesco permanece na mesma posição, com menos de 20% de mercado, atrás do Banco do Brasil, da Caixa Econômica Federal e do Itaú.

Alguns dos problemas do setor, como a baixa portabilidade e os elevados índices de reclamação em relação à qualidade dos serviços bancários, também são verificados no Bradesco, de acordo com a Superintendência-Geral do Cade. Além disso, a participação de mercado do banco em número de agências em alguns municípios é elevada, acrescenta o comunicado.

“Para afastar a possibilidade dos clientes do HSBC serem prejudicados com a operação, e para também beneficiar os clientes do Bradesco, inclusive os situados nos municípios com maior concentração de agências, o banco concordou em celebrar um acordo com o Cade como condição para a aprovação da aquisição”, disse.

O Bradesco anunciou a compra do HSBC em agosto de 2015.