Depois de abrir o dia em alta com a definição da equipe econômica do presidente interino Michel Temer, que trouxe ao governo nomes como Ilan Goldfajn, Mansueto de Almeida, Carlos Hamilton e Marcelo Caetano, por volta das 11 horas, o Índice Bovespa reverteu seus ganhos pressionado pelas ações dos bancos e pelo cenário externo. O principal indicador brasileiro recuava 1,19%, para 51.169 pontos.

Mais cedo, os investidores repercutiam ainda a liberação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello do julgamento da ação de abertura de impeachment contra Temer em plenário.

Com os analistas também confusos sobre o motivo dessa baixa, os papéis preferenciais (PN, sem voto) do Itaú Unibanco caíam 0,87%, Bradesco PN (BOV:BBDC4), 1,62%, as ações ordinárias (ON, com voto) do Banco do Brasil, 3,10%, e as units do Santander, 1,10%. Apesar do recuo, em entrevista à Bloomberg, a diretora do JP Morgan Joyce Chang falou mais cedo em uma ?chance de um Brasil mais estável?. Novo presidente do Banco Central (BC), Goldfajn deixa sua função de economista-chefe no Itaú.

No mesmo sentido de queda, Petrobras ON (BOV:PETR3) e PN perdiam 0,40% e 0,72%, respectivamente, mesmo com os boatos de que o ex-chefe da Casa Civil do governo de Fernando Henrique Cardoso Pedro Parente deverá ser o novo presidente da Petrobras no lugar de Aldemir Bendine. A decisão já teria sido tomada por Temer, segundo o jornal ?Folha de S.Paulo?. Na contramão, apesar das baixas das commidities no exterior, Vale ON (BOV:VALE3) avançava 3,40%, suas ações PNA, 3,62%.

Kroton perde 3% e Bradespar avança 4%

As piores baixas do Ibovespa, sem contar BB, estavam com Kroton ON (BOV:KROT3) (BOV:KROT3), 3,20%, BBSeguridade ON (BOV:BBSE3), 2,70%, BM&FBovespa ON (BOV:BVMF3), 2,62%, e Localiza ON (BOV:RENT3) (BOV:RENT3), 2,67%. Na ponta positiva, as maiores altas do índice eram de Bradespar PN (BOV:BRAP4) (BOV:BRAP4), 4,89%, Vale ON (BOV:VALE3) (BOV:VALE3), Vale PNA (BOV:VALE5) (BOV:VALE5), e Cosan ON (BOV:CSAN3) (BOV:CSAN3), 2,14%. Bradespar se beneficiava na condição de importante acionista da mineradora Vale.

Exterior tem trajetórias mistas; petróleo perde força

Após forte valorização ontem, o petróleo WTI, negociado em Nova York, permanecia aos US$ 47,72, enquanto o barril do tipo Brent, de Londres, recuava 0,63%, para US$ 48,66. Na zona do euro, com o petróleo mais fraco, as bolsas tinham leve recuo. O Stoxx 50, dos 50 papéis mais líquidos do bloco, caía 0,36%, assim como o alemão DAX, 0,49%, e o francês CAC, 0,38%. Já o britânico Financial Times ganhava 0,27%.

No Reino Unido, o Índice de Preços ao Consumidor subiu 0,1% em abril, na comparação com o mesmo período do ano passado, abaixo do esperado 0,3%. O Índice de Preços ao Produtor (PPI) sobre os produtos vendidos também cresceu 0,4% na margem, mas teve deflação de 0,7% na base anual. Além disso, o superávit comercial europeu avançou de ? 20,6 bilhões para ? 22,3 bilhões em março.

No aguardo dos dados de construções de moradias iniciadas, produção industrial e estoques de petróleo bruto, o Dow Jones perdia 0,40%, acompanhado pelo indicador da Nasdaq, 0,29%. No mercado futuro, o S&P 500 também recuava 0,16%. Os analistas também esperam para mais tarde os discursos dos presidentes do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) de Atlanta, de São Francisco e de Dallas. Os preços ao consumidor americano tiveram sua maior alta em mais de três anos no mês passado, com alta de 0,4%, puxados pelos preços da gasolina e dos aluguéis.

Juros registam sentidos distintos e dólar sobe para R$ 3,51

Pela manhã, os juros futuros válidos até 2017 permaneciam estáveis em 13,36% ao ano. Para 2018, as projeções caíam de 12,67% para 12,66%. Finalmente, 2021 marcava taxas de 12,26%, contra 12,27% ontem. Em meio ao anúncio de que Ilan Goldfajn, ex-Itaú Unibanco, estará no comando do BC, a instituição não anunciou nenhuma intervenção no mercado para hoje. O dólar comercial avançava 0,19%, para R$ 3,51 na venda, como o dólar turismo, que também subia 0,55%, vendido a R$ 3,65.