Ibovespa abre instável com exterior; juros avançam e dólar sobe para R$ 3,59

Às 11h55, o Índice Bovespa registrava leve alta de 0,20%, para 49.063 pontos, com o cenário externo ainda fraco. O avanço tímido do indicador brasileiro era puxado para baixo pelas quedas das ações dos bancos. Os papéis preferenciais (PN, sem voto) do Itaú Unibanco perdiam 0,13%, Bradesco PN, 0,42%, e as units (recibos de ações) do Santander, 0,28%. Já as ações ordinárias (ON, com voto) do Banco do Brasil subiam 1,28%.

Como reflexo do petróleo em alta no mercado internacional, Petrobras ON e PN  tinham ganhos de 1,13% e 0,48%, respectivamente. Além disso, o Conselho de Administração da estatal aprovou a indicação do engenheiro e ex-ministro Pedro Parente, feita pelo presidente interino Michel Temer, para o cargo de presidente da companhia, em substituição a Aldemir Bendine, que renunciou ao cargo. Parente foi ex-chefe da Casa Civil do governo Fernando Henrique Cardoso e se comprometeu a impedir indicações políticas na estatal como as que abriram espaço para a corrução descoberta na Operação Lava Jato.

Também com importante peso no índice, Vale ON subia 2,24%, como Vale PN, 1,67%. No aguardo do Índice dos Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) da China em maio, a ser divulgado no fim do dia, a mineradora ganhava com o avanço de 3,34% do Índice da Bolsa de Xangai. Em relatório, o Banco Fator acredita que a forte alta ocorreu com a especulação de que o índice de emergentes MSCI pode adicionar ações chinesas em sua lista.

Por aqui, os investidores brasileiros repercutiam o maior índice de desemprego desde janeiro de 2012 e o superávit primário de abril, de R$ 10 bilhões. o menor desde 2004, o que indica que as condições econômicas do país seguem muito ruins, com atividade em queda e dificuldade do governo em ajustar suas contas.

Bradespar sobe 3% e Estácio cai 2%

As maiores altas do Ibovespa eram lideradas por Bradespar PN (BOV:BRAP4), 3,80%, Vale ON (BOV:VALE3), 3,71%, Fibria ON (BOV:FIBR3), 2,89%, e Vale PNA (BOV:VALE5), 2,37%. As primeiras três companhias se beneficiavam da condição de exportadoras, com a valorização do dólar sobre o real. Na ponta negativa, as piores quedas do índice ficavam com Estácio ON (BOV:ESTC3), 2,54%, JBS ON (BOV:JBSS3), 2,45%, Cesp PNB (BOV:CESP6), 1,99%, e MRV ON (BOV:MRVE3), 1,63%.

EUA e Europa têm sentidos mistos; petróleo ganha 1%

Nos Estados Unidos, no primeiro pregão após o feriado do Memorial Day, as bolsas registravam tendências mistas. O Dow Jones caía 0,02%, enquanto o S&P 500 tinha ganhos de 0,19%, como o indicador da Nasdaq, 0,28%.

Já na zona do euro, o Stoxx 50, dos 50 papéis mais líquidos do bloco, perdia 0,29%, o britânico Financial Times, 0,01%, o francês CAC, 0,14%, e o alemão DAX, 0,11%. Por lá, a prévia do Índice de Preços ao Consumidor teve leve melhora em maio, de -0,2% para -0,1% em 12 meses, ao passo que o nível de desemprego ficou estável em 10,2% em abril, em linha com o aguardado pelo mercado. Na Alemanha, as vendas do varejo no mês passado caíram 0,9% na base mensal. Na comparação anual, as vendas melhoraram de 0,6% para 2,3%.

Depois da instabilidade mais cedo, o petróleo WTI, negociado em Nova York, avançava 1,09%, para US$ 48,87, seguido pelo barril do tipo Brent, de Londres, que tinha alta de 0,02%, para US$ 49,77.

Juros avançam e dólar sobe para R$ 3,59 com leilão do BC

Pela manhã, os juros futuros válidos até janeiro de 2017 permaneciam estáveis em 13,38% ao ano. Para 2018, as projeções subiam de 12,81% para 12,82%, acompanhadas pelas taxas com vencimento em 2021, que passavam de 12,75% para 12,81%. Em meio ao anúncio de dois leilões de linha de até US$ 4,7 bilhões por parte do Banco Central (BC) após às 15 horas, o dólar comercial ganhava 0,41%, para R$ 3,59, assim como o dólar turismo, que subia 0,81%, vendido a R$ 3,73.