O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15) de maio de 2016 apresentou oscilação mensal de 0,86%. Essa taxa de variação é 0,35 ponto porcentual maior que a valorização registrada no mês anterior (0,51%) e 0,26 ponto porcentual acima da taxa registrada em maio de 2015 (0,60%). A inflação de maio de 2016 foi a maior variação mensal para maio registrada em 20 anos, quando a taxa foi de 1,32% . No ano, o índice já acumulou 4,21% e nos últimos 12 meses, o IPCA-15 acumula a taxa de 9,62%, ficando 0,28 ponto porcentual acima do índice anualizado em maio de 2015, quando atingiu 9,34%.
Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, sete apresentaram aceleração em comparação ao mês anterior: Habitação (de -0,41% para 0,99%); Artigos de Residência (de 0,28% para 0,55%); Vestuário (de 0,49% para 0,72%); Saúde e Cuidados Pessoais (de 1,32% para 2,54%); Despesas Pessoais (de 0,36% para 0,81%); Educação (de 0,15% para 0,29%) e Comunicação (de 0,96% para 1,26%).
Por sua vez, desaceleraram: Alimentação e Bebidas (de 1,35% para 1,03%) e Transportes (de 0,18% para -0,30%).
Os alimentos, cujos preços aumentaram 1,03%, e os remédios, que subiram 6,50%, exerceram forte pressão sobre o IPCA-15. Juntos, contribuíram com 0,48 p.p. e foram responsáveis por mais da metade da taxa do mês, 56%.
No grupo alimentação e bebidas (1,03%), que deteve 0,27 p.p. do índice, produtos básicos na mesa das famílias continuaram em alta, com destaque para a batata-inglesa (29,65%), o feijão-carioca (5,04%), a farinha de mandioca (4,45%) e o leite (2,82%).
Nos remédios, os 6,50% em maio após os 2,64% de abril resultam em um aumento de preços de 9,31% nestes dois meses, reflexo do reajuste de 12,50% em vigor a partir do dia 1º de abril. No mês, o item remédios, com 0,21 p.p., deteve a maior contribuição individual. Com isto, saúde e cuidados pessoais foi para 2,54%, a mais elevada variação de grupo.
A taxa de água e esgoto, item do grupo habitação (0,99%), também se destaca entre as principais contribuições, com 0,13 p.p., vindo logo após os remédios. A alta atingiu 9,03% no mês, sob pressão da variação de 35,93% na região metropolitana de São Paulo, expressando os efeitos do fim do Programa de Incentivo à Redução do Consumo de Água, cancelado pela Deliberação n° 641 da Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo (ARSESP), de 30 de março de 2016. Isso, aliado ao fim da concessão de bônus por redução e de ônus por aumento de consumo de água, que vinha sendo praticada pelo Programa, passou a vigorar, em 12 de maio, reajuste de 8,40% sobre o valor das tarifas.
Ainda na taxa de água e esgoto, foram incorporados aumentos nas regiões metropolitanas de Fortaleza (8,42%), reflexo de parte do reajuste de 11,96% em vigor desde 23 de abril; de Curitiba (5,53%), onde, em 1º de abril, ocorreu reajuste de 10,48%; de Recife (1,35%), refletindo um resíduo do reajuste de 10,69% que vigora desde 20 de março; e de Belo Horizonte (0,46%), mostrando uma pequena parte do reajuste de 13,90% em 13 de maio, que inclui, também, revisão na estrutura tarifária praticada pela empresa de abastecimento de água e de esgotamento sanitário da região.
Entre os demais itens que pressionaram o índice do mês, os principais foram: cigarro (3,70%), telefonia celular (3,40%), automóvel usado (2,38%), TV, som e informática (2,38%), roupas de cama, mesa e banho (2,08%), leitura (1,85%), automóvel novo (1,11%), artigos de limpeza (1,10%), plano de saúde (1,06%), roupa feminina (1,05%), artigos de higiene pessoal (0,92%), mão de obra pequenos reparos (0,87%), empregado doméstico (0,87%), condomínio (0,81%), serviços médicos e dentários (0,79%) e roupa masculina (0,71%).
A respeito do cigarro, a alta de 3,70% refletiu reajustes entre 3% e 14%, conforme a marca, em todas as regiões pesquisadas a partir do dia 1º de maio, além de reduções em marcas comercializadas em Belo Horizonte, Curitiba e Goiânia. No caso da telefonia celular, a alta de 3,40% se deve a aumentos nas tarifas de determinada operadora no mês de abril.
Quanto aos itens que se apresentaram em queda no mês, os destaques foram as passagens aéreas, com -8,59%, e etanol, cujo preço do litro ficou 8,54% mais barato.
Variação de preços por Região
Sobre os índices regionais, o maior foi registrado na região metropolitana de Fortaleza, com 1,19 %, pressionado pela taxa de água e esgoto (8,42%), com reajuste de 11,96% em 23 de abril, e pela energia elétrica, com 6,86%, tendo em vista o reajuste de 12,97% no valor da tarifa em vigor desde 22 de abril, combinado com queda de 8,40% da parcela referente à taxa de Contribuição de Iluminação Pública (CIP). Os menores índices foram os de Brasília (0,55%) e de Goiânia (0,58%).
Região | Peso Regional (%) | Variação Mensal (%) | Variação Acumulada (%) | ||
Abril | Maio | Ano | 12 meses | ||
Fortaleza | 3,49 | 0,74 | 1,19 | 5,21 | 10,95 |
Salvador | 7,35 | 0,08 | 1,13 | 4,75 | 9,97 |
Porto Alegre | 8,40 | 0,76 | 0,98 | 4,97 | 10,44 |
Rio de Janeiro | 12,46 | 0,30 | 0,90 | 4,13 | 9,25 |
Belém | 4,65 | 0,78 | 0,88 | 4,62 | 10,24 |
São Paulo | 31,68 | 0,59 | 0,88 | 4,16 | 9,73 |
Curitiba | 7,79 | 0,47 | 0,81 | 3,55 | 9,71 |
Recife | 5,05 | 0,30 | 0,72 | 4,21 | 9,63 |
Belo Horizonte | 11,23 | 0,66 | 0,70 | 4,05 | 8,37 |
Goiânia | 4,44 | 0,39 | 0,58 | 3,64 | 9,66 |
Brasília | 3,46 | 0,30 | 0,55 | 2,76 | 8,73 |
Brasil | 100,00 | 0,51 | 0,86 | 4,21 | 9,62 |
Fonte: IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística