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Itaú Unibanco: PIB deve cair 0,7% em abril; perspectiva é de melhora no 2º semestre

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O indicador mensal do Itaú Unibanco para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro prevê um recuo 0,7% em abril, após alta de 0,5% em março, já considerando ajustes sazonais. Quando considerado o primeiro trimestre do ano, o índice projeta contração de 0,8% da economia local ante o trimestre imediatamente anterior e de 6,1% na comparação anual.

Fundo do poço

Apesar da queda brusca, o economista do banco Felipe Salles explica que o país começa a chegar no fundo do poço, mas já ensaiando avanços, mesmo que tímidos, de reaquecimento. Ele cita a demanda da indústria, que parou de cair e se estabilizou do ano passado para cá, em meio à forte queda dos estoques. O próximo passo pode ser a retomada da produção para recompor esses estoques, mesmo que em um nível mais baixo que nos anos anteriores. “Havia um excesso de demanda nos anos anteriores pelos incentivos e gastos do governo que não voltará mais, mesmo com a retomada da economia”, afirma Caio Megale, também economista do Itaú.

Efeitos do ajuste, só em 2018

A estimativa é de que no quarto trimestre deste ano o PIB desacelere sua baixa para -0,1%, passando para 0,4% no começo de 2017 e 0,6% no fim do ano que vem. Ainda assim, as projeções do Itaú indicam um recuo real de 4% do PIB para este ano e uma recuperação de 1% em 2017, acelerando para 2,5% em 2018. Para Megale, as medidas do novo governo não devem alterar o cenário de crescimento deste ano e do próximo. “Não dará para sentir diferença, pois 2017 ainda terá o efeito estatístico da queda de 4% deste ano, mas se os ajustes derem certo, haverá impacto em 2018, que pode passar de 2,5% para 4,5% de crescimento até”, diz.

Recuperação desigual

Megale lembra, no entanto, que a recuperação não será homogênea, com alguns setores já demonstrando alguma estabilidade ou retomada e outros que não atingiram seus piores resultados e que ainda têm espaço para novas perdas esse ano. “A crise bate diferente em cada segmento, o automotivo está há dois anos em recessão e começou a sentir uma recuperação em abril, enquanto os setores de entretenimento começaram a sentir a crise apenas agora”, conta. Nesse impacto entram fatores como estoques baixos depois de meses em queda, que beneficiam a indústria, e o aumento do desemprego e a queda da renda mais recentemente, que impactam os serviços e o consumo.

Os juros e as reformas de Temer

Antes mesmo do anúncio do presidente interino Michel Temer sobre as novas medidas de reequilíbrio do orçamento público, Salles e Megale também esperavam cortes da taxa básica de juros (Selic) a partir do segundo semestre deste ano, dos atuais 14,25% ao ano para 12,25% em 2016 e 10% até o fim de 2017. A expectativa de início do corte, que era julho, porém, foi adiada para agosto, em virtude da troca da presidência do Banco Central. Ilan Goldfajn, que comandava o Departamento Econômico do Itaú Unibanco, substituirá Alexandre Tombini. “Mas essa troca deve levar algum tempo, e o mais provável é que o Ilan não vá baixar os juros logo de cara, na primeira reunião que participar”, diz Megale.

Ele prevê oito cortes de 0,5 ponto percentual e um de 0,25, encerrando o ciclo em agosto de 2017, mais do que o previsto no mercado futuro de juros, que trabalha com 13,10% no fim deste ano e 12,38% no fim de 2017. “Os cortes poderão ser maiores ainda se o ambiente econômico melhorar muito, com o avanço dos ajustes fiscais, por exemplo, que podem atrair mais investidores para o país e derrubar o dólar”, avalia Megale.

Dólar mais baixo ajudará a controlar a inflação e permitirá taxas menores de juros. Além disso, caso a entrada de dólares aumente muito, o BC poderá zerar a posição em swaps cambiais, vendendo swaps reversos, e o passo seguinte seria baixar os juros. “Nada impede que o BC use os juros para evitar uma queda muito forte do dólar em um segundo momento”, diz.

Tendência dos gastos públicos

Sobre a recepção das tentativas de reforma fiscal de Temer, os dois economistas consideraram as novas medidas necessárias para estabilizar a proporção entre gasto público e PIB. Numa simulação feita pelo banco, o corte de gastos do Governo Central teria o poder estabilizar a trajetória do endividamento federal ou até mesmo pressioná-lo para baixo, com a aprovação de parte das medidas pedidas.

Por exemplo, num quadro sem a realização de medidas de correção fiscal, com o PIB crescendo 1%, os gastos federais continuariam avançando, batendo 24% na relação entre dívida e PIB em 2030. Mesmo se o PIB crescesse 2%, o caminho ainda seria de dívida alta, na casa dos 22% se nada for feito. O Brasil precisaria crescer 3% todos os anos até 2030 para manter uma estabilidade saudável dos gastos públicos, algo próximo dos 20% dívida/PIB.

Já num exercício considerando que os cortes de Temer sejam realizados, o país precisaria crescer 1% por ano até 2030 para que o gasto do governo caísse para os 18% do PIB. Se o Brasil avançasse 2% o recuo da dívida cairia para 16% e, por fim, com um PIB de 3% ao ano, a relação brasileira entre dívida e PIB voltaria aos 14%, nível visto pela última vez em 1997.

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