O grupo varejista Pão de Açúcar ( BOV:PCAR4 ) anunciou na noite de ontem prejuízo líquido consolidado de R$ 179 milhões no primeiro trimestre desde ano, depois de lucrar R$ 252 milhões no mesmo período de 2015. O prejuízo da companhia, não consolidado, foi de R$ 59 milhões, ante um lucro de R$ 192 milhões no mesmo período do ano passado.

Em relatório, o Deutsche Bank apontou que a empresa foi prejudicada pelo ambiente econômico fraco e competitivo, que prejudicou as vendas no conceito “mesmas lojas”, apesar de seus esforços na retenção de despesas e renegociação de contratos. O banco alemão recomenda a “manutenção” das ações do grupo, com preço justo de R$ 60.

Em março, a empresa adotou uma política de preços mais agressiva nos hipermercados, de promoções, com o objetivo de acelerar as vendas, mas suas margens continuaram pressionadas pelo cenário ruim.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) do Pão de Açúcar totalizou R$ 417 milhões, um recuo de 56,1% ante o ano anterior. Já a receita líquida da companhia somou R$ 17,8 bilhões de janeiro a março, uma melhora de 3% na base anual. No período, 36 lojas foram fechadas e a produtividade das vendas caiu 11,8%

O Deutsche estima como riscos para a varejista este ano os gastos ainda fracos dos consumidores, a definição dos tons das promoções, o ambiente macroeconômico incerto, aumento da concorrência e que uma potencial reestruturação crie algum conflito de interesse entre acionistas controladores e minoritários.