As cadernetas de poupança perderam R$ 8,246 bilhões em abril, segundo dados do Banco Central (BC), no quarto mês seguido de resgates. O valor de saídas é recorde para o mês, que no ano passado já tinha registrado perdas de R$ 5,850 bilhões. Neste ano, as cadernetas já perderam R$ 32,296 bilhões até abril.
A última vez que as cadernetas registraram captação mensal foi em dezembro, com R$ 4,789 bilhões, que foi também o único mês do ano passado com depósitos líquidos: todos os demais fecharam com resgates, e levaram 2015 a fechar com uma saída líquida de recursos da poupança de R$ 53,567 bilhões. Os resgates da poupança prejudicam as operações de financiamento da casa própria pelo Sistema Financeiro da Habitação, que usa recursos da aplicação para emprestar.
Os resgates refletem a baixa rentabilidade das cadernetas diante de outras opções de investimento de renda fixa, especialmente os papéis isentos como Letras de Crédito do Agronegócio (LCA) e Imobiliário (LCI), que chegam a pagar mais de 90% do CDI líquidos, enquanto a poupança rende em torno de 70% do CDI. No ano, até abril, as cadernetas renderam 2,60%, para uma média de 3,60% dos fundos de renda fixa de menor risco, já descontado o imposto de renda. O ganho das cadernetas está abaixo inclusive da inflação do IGP-M, de 3,3% de janeiro a abril deste ano.
Além do rendimento baixo, as cadernetas apresentam maiores saques por conta do aumento do desemprego e da queda da renda real dos trabalhadores, que precisam recorrer às economias para pagar as contas ou completar os gastos do mês ou ainda quitar dívidas do começo do ano.