O segundo vice-presidente da Mesa Diretora da Câmara, deputado Fernando Giacobo (PR-PR), afirmou hoje (10) que todos os cinco integrantes titulares do colegiado pediram diretamente ao presidente em exercício da Casa, Waldir Maranhão (PP-MA), que renuncie ao cargo ou peça afastamento do mandato e da função.

“É uma decisão exclusiva. Ele escutou atentamente e prometeu resposta o mais rápido possível”, disse Giacobo, afirmando que esta posição pode ser anunciada ainda nesta terça-feira. Caso renuncie, serão convocadas novas eleições para o cargo no prazo de cinco sessões. No caso da segunda opção, que seria o afastamento por 120 dias do mandato, como prevê o regimento interno, Giacobo assumiria a vaga.

“Acho que tenho apoio da Mesa Diretora até porque a proposta foi por unanimidade entre os titulares.” De acordo com o vice-presidente, está claro para a maioria que Maranhão adotou uma “decisão equivocada e inválida” ao decidir anular a sessão da Câmara que aprovou o impeachment da presidenta Dilma Rousseff e “continuou falhando” quando, na madrugada de hoje, anulou a medida.

Segundo Luiza Erundina (PSOL-SP), terceira suplente da Mesa e única a ponderar uma outra saída para Maranhão, o presidente em exercício ficou sem alternativas. Ela afirmou que os titulares e demais suplentes entraram na reunião “com decisão fechada”. Conforme Erundina, Maranhão justificou a anulação da decisão afirmando que “tinha se equivocado”.

Erundina cobrou da Mesa uma posição em relação a Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afastado do cargo pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e que responde a uma representação no Conselho de Ética da Casa desde novembro. “Em nenhum momento vi o colegiado cobrar nada de Eduardo Cunha, que passou um ano e meio prejudicando os trabalhos da Câmara. Pedi explicação sobre os dois pesos e duas medidas”, acrescentou. Segundo a parlamentar, a Câmara precisa acelerar o processo contra o peemedebista para dar uma resposta à situação que vive.

Durante a manhã de hoje, lideres favoráveis ao impeachment se reuniram para defender o afastamento de Maranhão. O encontro foi suspenso para dar tempo a tratativas que seguirão por toda a tarde, inclusive com o próprio pepista.

A bancada do PP na Câmara também tentou um consenso sobre o futuro do parlamentar e chegou a defender a expulsão de Maranhão da legenda. O martelo seria batido no fim da tarde de hoje durante a Executiva Nacional do PP, que acabou sendo cancelada a pedido de Maranhão, que pediu mais tempo para se manifestar sobre uma possível renúncia.