O acordo de renegociação da dívida da Usiminas com a maior parte de seus credores, anunciado ontem, que prevê 10 anos de prazo para pagar com três de carência, animou os analistas. Em relatório, o BTG Pactual considerou que existia um componente de risco financeiro descontado no preço atual da ação da siderúrgica, que deve ser reconsiderado pelos investidores.

Para os analistas  Leonardo Correa e Caio Ribeiro, a probabilidade de perturbação financeira foi reduzida após a renegociação de 75% da dívida, que reforça o anúncio do aumento de capital de R$ 1 bilhão prometido pelos sócios. O reforço de capital é condição para que os credores sacramentem o acordo. O preço-alvo do papel da empresa projetado pelo banco de investimentos é de R$ 3 para os próximos 12 meses.

Com os desafios na área operacional e nos conflitos entre acionistas, o BTG recomenda manter as ações apesar da renegociação. Mesmo desconhecendo os detalhes sobre os juros cobrados no acordo de carência, a instituição confia que a renegociação acompanhe os padrões de mercado.

A notícia foi vista como um “grande passo na direção certa e uma surpresa bem-vinda”, acima das expectativas do BTG. Para eles, o anúncio ajudou a aliviar as preocupações sobre os balanços da siderúrgica.

Ainda assim, o banco aponta que a empresa continua a entregar um lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebtida, na sigla em inglês) muito fraco, com alavancagem elevada e riscos vindos dos preços globais do aço em declínio.