Hoje o dia promete volatilidade, com uma agenda vazia tanto aqui quanto lá fora e bolsas internacionais operando sem direção definida. Na Câmara, Rodrigo Maia discute seu primeiro obstáculo como presidente: o baixo quórum típico dos meses de agosto e setembro, que deverá ser ainda pior com as eleições este ano e as Olimpíadas, podendo dificultar a votação de pautas fundamentais para o executivo. Soluções estão sendo discutidas com os líderes partidários, com uma possível intensificação das votações em uma semana específica para aumentar a produtividade. A definição prévia das pautas também ajuda, ampliando a responsabilidade pelo comparecimento. Outro incentivo que poderá também ser utilizado são descontos no salário dos parlamentares ausentes. Entre as prioridades do líder do Governo na casa, André Moura, estão o projeto de lei que desobriga a Petrobras de ser operadora exclusiva do pré-sal, a renegociação da dívida dos Estados e o projeto de lei da governança em fundos de pensão. Rodrigo deverá propor até outubro uma rotina de duas sessões semanais nas segundas e terças, liberando o resto da semana para os parlamentares, visto que a atividade mais intensa nas campanhas acontece após as quartas feiras. A agenda poderá ser reduzida, mas segundo Maia, é fundamental que a casa mantenha funcionamento adequado para não prejudicar o andamento da agenda reformista da Alvorada.
Já a presidente Dilma enfrentou polêmica após matéria na Istoé questionar o uso de veículos do poder público por familiares na capital gaúcha. A equipe de Dilma rebateu a matéria, que menciona gasto de 14 mil reais em combustível somente no mês de junho.
Nos mercados cambiais, a força de queda do dólar se mantém mesmo com os leilões diários de swap reverso ofertados pelo Banco Central. Temos agendado para esta manhã outro leilão de 10 mil contratos e especula-se que o Banco Central poderá aumentar o volume diário de swaps ofertados caso a moeda comece a negociar abaixo dos 3,20. A casa divulgou agora pouco o Boletim Focus da semana com leve melhora na perspectiva de atividade. Ainda na esfera econômica, Temer reiterou ontem à noite, em entrevista ao Globonews, determinação do governo em evitar aumentos de impostos para fechar as contas. O presidente também destacou seu desejo de reduzir a taxa de juros brasileira, afirmando, entretanto, que o processo tem de ser feito de forma responsável, fazendo referência ao ciclo de cortes de 2012 que acabou por gerar forte pressão inflacionária.
O instituto Datafolha divulgou pesquisa de intenção de voto presidencial, apontando Lula como líder, com 22% dos votos. O ex-presidente, entretanto, perderia no segundo turno devido ao alto índice de rejeição, 46% entre os entrevistados, longe de Aécio Neves e Marina Silva, que ocupam empatados o segundo lugar com 29% de rejeição.
Na Turquia houve comoção e prisão de 6.000 pessoas acusadas de envolvimento com um golpe militar que acabou frustrado pelo Governo. O líder do golpe seria o islâmico Fethullah Gulen, que se encontra nos Estados Unidos e tem sua extradição sob avaliação do Governo americano.
No Reino Unido seguem as preocupações em torno do aumento na imigração. O ministro do Brexit, David Davis afirmou que o país pode tomar medidas para conter o fluxo de imigrantes antes mesmo de deixar formalmente o bloco, caso haja um pico na chegada de trabalhadores no período. Davis é conhecido pelo ceticismo em relação à Zona do Euro e foi nomeado para liderar o departamento que cuidará especificamente da saída do Reino Unido. A questão migratória foi central na votação, devido ao crescimento populacional intenso que o país tem sofrido nos últimos anos, proveniente do influxo de mão de obra do bloco europeu. Na Ásia as bolsas fecharam de lado, com alta volatilidade. No Japão é feriado e não houve pregão. Bolsas europeias negociam em leve baixa, futuros de índice em Nova York sem direção definida. O petróleo vem oscilando desde a abertura, negociando agora em leve baixa.
No cenário corporativo, as empresas estrangeiras se colocam cada vez mais interessadas em ativos no Brasil, com um patamar de câmbio mais favorável e múltiplos mais baixos. É o caso da gigante canadense Brookfield, que vem estudando diversos negócios, especialmente a compra da subsidiária de gasodutos no sudeste da Petrobras, a NTS, que vem negociando com exclusividade. Também estão no radar a empresa de saneamento da Odebrecht e ativos nos setores de energia e petroquímica. A NTS poderá custar 5 bilhões de dólares, enquanto a Odebrecht Ambiental é avaliada entre 1,5 e 2 bilhões de dólares. A melhora na visibilidade política vem aumentando o apetite dos estrangeiros e uma possível finalização do processo de impeachment em agosto poderá melhorar ainda mais o cenário, trazendo recursos que podem aliviar o caixa do Governo e das empresas envolvidas na Lava Jato.
AGENDA
- 08h30 BC: Boletim Focus
- 11h00 NAHB: Índice de Confiança das Construtoras – Jul
- 15h00 MDIC: balança comercial da 3ª semana de julho (11 a 17)
- 14h30 CNI: Índice de Medo do Desemprego (IMD) e o Índice de Satisfação com a Vida (ISV) – Junho