Não só a imprensa dos Estados Unidos, mas alguns representantes do próprio Partido Democrata vêm criticando a forma como o comitê de divulgação da campanha de Hillary Clinton manipulou as informações antes e depois de uma médica particular emitir comunicado tornando público que a candidata foi diagnosticada com pneumonia. Os jornais mencionam que o comitê atrasou mais de dois dias para levar à imprensa a informação sobre a doença. Quando decidiu tornar pública a informação, o comitê deixou de explicar detalhes importantes, o que só contribuiu para aumentar as especulações – se algo sobre a doença que ainda não foi divulgado.
Ao comentar as especulações, a campanha de Hillary reconheceu ontem (12) que falhou ao divulgar a informação sobre a pneumonia. Dirigindo-se a alguns representantes do Partido Democrata, que disseram estar decepcionados com a falta de transparência nos relatos sobre a saúde da candidata, a diretora de Comunicações da campanha, Jennifer Palmieri, admitiu que o trabalho da comunicação “poderia ter sido melhor”.
Ontem (12) à noite, ao conversar por telefone com o jornalista Anderson Cooper, da CNN, que questionou porque o comitê da campanha não divulgou logo que a candidata estava com pneumonia, Hillary Clinton respondeu que não imaginava que a doença tivesse “essa importância toda”. Pelo Twitter, ela enviou mensagem de agradecimento a todas as pessoas que enviaram votos de pronta recuperação. A mensagem diz: “Como todas as pessoas que ficam em casa, longe do trabalho, estou ansiosa para voltar. Verei vocês prontamente na caminhada”.
Em entrevista ao programa Monday Night, da TV pública PBS, o ex-presidente Bill Clinton, marido de Hillary, procurou diminuir as especulações sobre a possibilidade de a campanha do Partido Democrata não estar sendo transparente sobre o estado de saúde da candidata. “Não há mais nada que não tenha sido dito” sobre o assunto, afirmou Clinton.
Donald Trump
O candidato do Partido Republicano, Donald Trump, está aproveitando a ausência temporária de Hillary Clinton na campanha para reforçar seu programa eleitoral. Embora nas últimas semanas Trump tenha feito alusões à falta de condições estáveis de saúde para que Hillary possa governar o país, ele se absteve de fazer qualquer comentário a respeito do assunto depois que foi tornado público que a candidata do Partido Democrata estava com pneumonia.
A campanha de Donald Trump, porém, quer mais. Pretende ocupar o espaço deixado provisoriamente por Hillary Clinton para tentar apagar a péssima imagem que tem em setores do eleitorado feminino e também entre negros e latinos. Segundo pesquisa publicada pela rede de TV ABC News, e pelo jornal Washington Post, Hillary Clinton tem vantagem de cinco pontos percentuais em relação ao candidato republicano entre mulheres e minorias.