Os fundos de ações no exterior voltados para o Brasil captaram US$ 505 milhões neste ano, conforme dados da consultoria internacional EPFR Global, que acompanha a maioria dos fundos globais. Em agosto, esses fundos, dedicados exclusivamente a papéis do país, captaram US$ 9,5 milhões, contrariando a tendência dos dados da BM&FBovespa, que indicaram saída de R$ 2,2 bilhões da bolsa em agosto.
A diferença da tendência se deve ao fato de que outros fundos internacionais, como os dedicados a mercados globais ou a países emergentes ou à América Latina em geral também aplicarem no Brasil. Há ainda os fundos BRICS, que reúnem ações do Brasil, Rússia, China e África do Sul.
O Brasil é destaque no relatório semanal da consultoria americana de fundos internacionais. Segundo a EPFR, os investidores estão mais otimistas com o Brasil, respondendo ao processo de impeachment de Dilma Rousseff, de perfil estatista, e aos sinais de que o pior da recessão brasileira pode já ter passado. O relatório da EPFR cita um estudo gráfico da Informa Global Markets (IGM), empresa do mesmo grupo, que sugere que os mercados acionários brasileiros devem subir mais nas próximas semanas enquanto o real tende a se enfraquecer diante do dólar.
Segundo o chefe de análise técnica da IGM, Marnie Owen, “o índice Bovespa entrou em um canal de alta nos últimos sete meses, atingindo um pico em dois anos de 59.417 pontos em agosto”. Segundo ele, estudos sobre os movimentos dos últimos dias indicam um movimento de correção antes de uma retomada da alta, que pode levar o Ibovespa aos 62.304 pontos.