Segundo o The New York Times, os escândalos acabaram por provocar a saída de Dilma Rousseff, sucessora de Lula na Presidência da República, em agosto último, por meio de “um processo de impeachment controverso”.
O jornal The Washington Post diz que a denúncia do MPF, que envolve também sua esposa Marisa Letícia, e mais seis pessoas, coloca um sério risco para Lula de enfrentar um mandado de prisão de Sergio Moro, o juiz que está à frente da investigação. “Se isso acontecer, seria uma queda extraordinária para o ex-presidente e seu partido. Durante 13 anos de governo do Partido dos Trabalhadores, a economia do Brasil se expandiu, e ele montou um boom global das commodities“. O jornal diz ainda que mais da metade dos 200 milhões de cidadãos brasileiros “se juntou a uma nova classe média baixa”.
A rede de televisão ABC News, publicou em seu site que o chefe da força tarefa da investigação, Deltan Dallagnol, chamou Lula de “comandante máximo” do escândalo que agita a maior nação da América Latina. Em artigo assinado pela agência Associated Press, a ABC News informou que Lula, que deixou a presidência da República com aprovação muito elevada da população brasileira, “usou uma rede de financiamento de campanha ilegais e propinas de apoio político no Congresso”.
A ABC News também publicou o lado da defesa de Lula. Segundo a rede de televisão, o advogado de Lula, Cristiano Zanin Martins, criticou Dallagnol, dizendo que, ao fazer a denúncia, mostrou incompatibilidade para realizar seu trabalho. “Seu comportamento político é incompatível com o papel de um promotor federal”, disse Martins. A rede de televisão afirma ainda que, apesar de uma longa lista de acusações contra Lula, o MPF se refere a apenas duas denúncias reais: lavagem de dinheiro e corrupção.