Apesar de indeferir o habeas corpus, Zavascki solicitou informações sobre o estado de saúde de Bumlai e determinou que o juiz Sergio Moro, da Justiça Federal do Paraná, as avalie com mais cautela ao analisar uma possível prisão domiciliar.
“As condições de saúde do paciente podem e devem ser avaliadas pelo magistrado de primeiro grau, sem que isso se confunda com a prisão cautelar, objeto da impetração. Necessário, assim, aguardar-se as informações solicitadas”, disse Zavascki, relator da Operação Lava Jato no STF, no pedido.
Bumlai é investigado pelos crimes de lavagem de dinheiro e ocultação de bens e teve a prisão preventiva decretada em novembro de 2015, na Operação Passe Livre, 21ª fase da Lava Jato. (https://agenciabrasil.ebc.com.br/politica/noticia/2016-09/lava-jato-bumla… ). Em março deste ano, ele teve permissão para cumprir detenção domiciliar, por causa do tratamento de um câncer na bexiga e de problemas no coração.
Moro ordenou que ele se reapresentasse à carceragem da Polícia Federal em Curitiba no início deste mês, alegando que os atestados apresentados para justificar a prisão domiciliar são vagos e não trazem previsão de alta.
O magistrado também levou em consideração indícios de que Bumlai “auxiliou terceiros a subornar criminoso a fim de evitar que esse celebrasse acordo de colaboração premiada”, o que a defesa nega.
Inquérito
Bumlai, que é apontado pelos investigadores como amigo pessoal do ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva, é suspeito de ter contraído um empréstimo de R$ 12 milhões junto ao Banco Schahin com o objetivo de financiar gastos do PT.
O MPF acredita que parte do dinheiro foi utilizado pelo partido para pagar o empresário Ronan Maria Pinto, dono do jornal Diário do Grande ABC. Ele estaria chantageando líderes da sigla porque tinha informações que ligavam integrantes do partido à morte do ex-prefeito de Santo André, Celso Daniel.
Posteriormente, o Grupo Schahin firmou um contrato de US$ 1,6 bilhão com a Petrobras para a operação de um navio sonda. A força-tarefa da Lava Jato suspeita que o negócio tenha sido uma compensação para que não fosse cobrada a dívida assumida por Bumlai, que nunca pagou o empréstimo.
*Colaborou Daniel Isaia