Levado coercitivamente para depor na Câmara Municipal de São Paulo, o maestro John Neschling participou hoje (14) de uma acareação na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Theatro Municipal, que investiga irregularidades e fraudes na instituição. A acareação ocorreu junto ao ex-diretor da Fundação Theatro Municipal José Luiz Herência. Neschling ficou em silêncio durante a acareação.
“O maestro veio para não falar nada. Lamentavelmente, não quis esclarecer as acusações que são feitas diretamente a ele”, disse o presidente da CPI, vereador Quito Formiga (PSDB). O tucano pretende pedir a prorrogação da CPI para continuar investigando as irregularidades na instituição cultural. “O Theatro é da população de São Paulo e não pode haver um dono dentro do Theatro Municipal. O maestro se comportou como se fosse o dono”, disse o vereador.
Neschling, que era diretor artístico do Theatro Municipal e foi afastado da função pela prefeitura, foi acusado por Herência, em delação premiada, de participar de um esquema para superfaturamento de contratos. Ambos são investigados pelo Ministério Público por suspeita de participação no esquema que pode ter desviado R$ 15 milhões do Theatro Municipal.
No dia 17 de agosto, o maestro foi ouvido pela CPI e negou as acusações. “É indecente a forma como Herência colocou essa acusação, sem prova alguma”, disse ele, na ocasião.