Com os preços do minério de ferro no mercado hoje exagerados, acima dos fundamentos considerados adequados pelo UBS, o banco suíço rebaixou de “manter” para ” venda” sua recomendação para as ações da Vale.

Em relatório, os analistas Andreas Bokkenheuser, Marcio Farid e Sean Glickenhaus apontam que o mercado de crédito na China apresenta um atraso de seis meses para impactar os preços da commodity. Assim, a demora do desaquecimento do crédito chinês amenizou os impactos dos baixos preços do minério. Mas agora o crédito está começando a recuar e deve impactar o mercado da matéria-prima, apesar das usinas e dos intermediários estarem mantendo estoques baixos. Por isso, o UBS permanece cauteloso sobre a trajetória dos preços nos próximos 12 meses, especialmente no quarto trimestre deste ano, com a demanda chinesa por aço amenizando um declínio mais forte.

Além disso, a atividade da construção e a demanda por minério de ferro diminuíram sazonalmente, enquanto o fornecimento de minério cresceu no mesmo período. Os analisas do UBS esperam que os preços do produto caiam dos US$ 59 a tonelada atualmente para US$ 46 até o quarto trimestre do ano que vem. Isso deixa a Vale em desvantagem pois a companhia trabalha com um valor em seu orçamento de US$ 56.

Segundo o texto, um possível risco de alta seria um novo estímulo chinês. Em um cenário positivo, o preço do papel da mineradora seria de US$ 7,10, enquanto na contramão, em um quadro de desvantagem, o preço-alvo da ação seria de US$ 3.