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Sem sucessor, Bradesco quer manter Trabuco por mais dois anos como presidente

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O Bradesco divulgou ontem proposta do Conselho de Administração para prorrogar por mais dois anos o mandato do presidente Luiz Carlos Trabuco Cappi, mudando a idade máxima prevista para o cargo de 65 para 67 anos. A proposta deverá ser analisada na assembleia geral extraordinária marcada para 7 de outubro, que vai analisar também a absorção do patrimônio do HSBC pelo Bradesco e a substituição da marca na rede de atendimento do ex-banco britânico. Sem a mudança na idade, Trabuco deixaria o comando do banco em março do ano que vem, quando completará 65 anos.

A prorrogação do mandato de Trabuco é uma maneira de resolver a confusão que se tornou a sucessão no segundo maior banco privado do país depois que o presidente do Bradesco e dois de seus potenciais sucessores foram indiciados pela Polícia Federal por corrupção ativa no caso que investiga tentativas de manipular decisões do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), do Ministério da Fazenda. Trabuco e os diretores Luiz Carlos Angelotti e Domingos Abreu teriam participado de reuniões com um advogado ligado ao grupo que vendia decisões do Carf, segundo a Polícia Federal, na chamada Operação Zelotes. Todos foram indiciados, em maio deste ano.

Segundo pessoas próximas, Trabuco teria se envolvido involuntariamente na história, ao atender ao pedido de um dos conselheiros do Bradesco, que sugeriu que ele conversasse com um advogado envolvido com o escândalo da Zelotes. Ao perceber o teor da conversa, Trabuco não teria levado o assunto adiante, o que fez o banco perder a ação no Carf. Mas o estrago já estava feito. Para complicar, o concorrente Itaú Unibanco, que passou por situação parecida, diferenciou-se ao denunciar uma tentativa semelhante de manipulação às autoridades.

O processo de sucessão já estava conturbado desde a morte do principal candidato, Marco Antonio Rossi, presidente da Bradesco Seguros, em um acidente aéreo em novembro do ano passado.

Semanas atrás, o mercado chegou a especular sobre uma eventual antecipação da sucessão devido à pressão sobre o banco de instituições internacionais que questionavam operar com um banco cujo presidente estava sendo processado. Além disso, o banco, que tem ações negociadas em Nova York, teria deixado de informar em seus relatórios nos Estados Unidos sobre os desdobramentos do processo, o que pode resultar em ações de investidores contra o Bradesco nos Estados Unidos e o próprio questionamento da manutenção de Trabuco no cargo.

Os problemas com a sucessão de Trabuco também dificultaram outra transição, ainda mais delicada, de troca do presidente do Conselho do banco, função exercida por Lázaro de Mello Brandão. Segundo pessoas próximas, Trabuco deixaria a presidência executiva e se tornaria presidente do Conselho, no lugar do “seu” Brandão que, aos 90 anos, na prática ainda define os destinos do Bradesco. Braço direito do fundador do Bradesco, Amador Aguiar, é Brandão quem mantém a cultura do banco mais popular do país. Como vice de Brandão e funcionário criado nessa mesma cultura, Trabuco seria o sucessor natural. Mas, com essas encrencas com a lei, executivos do mercado temem que o próprio Banco Central questione a substituição no comando do conselho.

 

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