“É claro que não existe risco zero, todo sistema é planejado e tem em seu critério garantir a confiabilidade do abastecimento ao menor custo possível”, disse Barroso. O presidente participa do workshop internacional O papel da Eficiência Energética na Economia de Baixo Carbono do Brasil, que ocorre na sede da empresa no Centro do Rio.
Barroso disse que a EPE ainda está analisando o tamanho desta “folga energética” e que o setor fará uma “faxina” para levantar a situação dos projetos energéticos em andamento e delinear a real situação do ponto de vista do abastecimento.
Nordeste
No Nordeste, que vem passando por problemas de falta de chuvas e encontra-se com os reservatórios abaixo do volume considerado ideal e seguro, o presidente da EPE admitiu que as condições na região são críticas, mas disse que a situação está sobre controle e que o Operador Nacional do Sistema (ONS) está atento ao problema.
“O planejamento está sendo feito [na região] pelo ONS e medidas operativas estão sendo tomadas para a maximização da confiabilidade do suprimento. Risco sempre há, mas o ONS está trabalhando para minimar estes riscos”, disse. “Para 2017 nós só vamos ter uma real análise da confiabilidade de suprimento [na região] ao final do período chuvoso que está se aproximando.”
Futuro
Apesar dos leilões que a EPE vem fazendo para desenvolver projetos de energia que garantam o provimento futuro, Barroso disse que as condições estão dadas e que novos investimentos demandarão tempo de maturação.
“Existe uma sobre-oferta muito grande no sistema para o horizonte de 2017, de curto prazo, onde não há mais tempo para fazer novos investimentos. Então é um horizonte em que as condições estão dadas, mas a redução de demanda foi muito significativa e causou uma sobre-oferta de demanda muito grande que vai perdura para 2017”.
Hidroelétricas
O presidente da EPE disse que o governo vai continuar buscando energia gerada a partir de fontes hídricas, mas que, a partir de agora, será criterioso na concessão de autorizações para construção de novos empreendimentos desta natureza.
“O Brasil é um país que tem vocação para a construção de usinas hidroelétrica, então ele vai buscar a energia hidroelétrica. O que a gente precisa, no entanto, é garantir que elas sejam construídas dentro de um processo de sustentabilidade e de ampla discussão com a sociedade, inclusive com todos os agentes envolvidos – principalmente quando for em terras indígenas”.
Barroso disse que no setor é preciso ser pragmático, uma vez que a energia tem que ser garantida. “O fato é que nós seremos pragmáticos: em não havendo hidroelétricas, nós vamos buscar alternativas, que podem ser renováveis ou não e que podem ter um custo maior, ou não. Vai depender do que o mercado apresentar e entregar para gente como alternativa”.