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Clinton x Clinton

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Na década de 1970, um filme extraordinário ganhou fama internacional: “Kramer x Kramer”. Na história, vencedora de Oscar, um casal recém-separado passa a lutar pela guarda de seu único filho, que ainda era uma criança.

Os mercados financeiros, mundo afora, vêm comemorando a provável vitória de Hillary Clinton, nas eleições americanas de novembro próximo. Após dois debates aguerridos, onde aparentemente levou a melhor e, sobretudo, após divulgação do vídeo sexista envolvendo Donald Trump, ninguém mais considera factível a vitória do republicano. Logo, os cenários prospectivos para a economia estadunidense devem considerar a continuidade das políticas de Obama. Isso é viável?

Obama sairá da presidência com popularidade em torno de 55%, semelhante àquela de Ronald Reagan e um pouco inferior à de Bill Clinton. Não é desprezível. Seus dois mandatos tiveram conquistas importantes, tanto nas questões econômicas quanto nas sociais (ObamaCare). Ademais, foi sob sua batuta que os americanos conseguiram a maior vitória contra a Al-Qaeda, com a operação que resultou na morte de Osama Bin Laden. Mas falemos de economia…

Em 2008, os EUA viram-se atolados na maior crise econômica desde a grande depressão da década de 1930. Muitos analistas e economistas chamaram a crise de 2008 de “a grande recessão”. Tinham motivos de sobra. Logo após a eclosão da “lambança”, mais de dois milhões de americanos perderam suas casas. Num período curtíssimo de meses, quase 5 milhões de trabalhadores perderam seus empregos. As famílias tiveram uma perda patrimonial de U$ 5 trilhões, e as perdas no mercado acionário chegaram a estratosféricos U$ 10 trilhões. Uma “desgraça” para a maior economia do planeta.

Sob a condução de Obama, quase uma década pós-crise, a situação econômica está muito melhor. A taxa de desemprego retrocedeu aos 5%, que é considerada a taxa de desemprego natural da economia, a inflação está sob controle e os índices acionários americanos estão próximos de seus “all time high”.

Assim, os americanos que recuperaram seus empregos e aqueles que estão de alguma forma “ligados” a Wall Street estão contentes e desejosos que a Sra. Clinton se torne a primeira mulher americana a ocupar a presidência dos EUA. Para os grandes bancos de investimentos, então, é quase garantia que poderá dar sequência a esse “oba-oba” dos mercados. Ledo engano!

Todo esse movimento no mercado acionário é fruto, basicamente, da política monetária ultra expansiva que o FED vem imprimindo, desde que a crise começou (QEs e juros zero). O ponto é que, como o FED é independente, em breve, a tendência será uma inflexão de taxa de juro, e a política econômica da Sra. Clinton ficará restrita à fiscal. Sobre essa, sabemos, não há muito o que esperar, já que o nível de endividamento do governo não é tão saudável como outrora (lembremo-nos do teto de endividamento que tanta apreensão causou lá atrás).

O problema é que muitos outros americanos, de classe média-baixa, não parecem tão felizes. Esses não recuperaram seu status anterior. Pelo contrário! Comparativamente, suas situações, agora, parecem piores do que há dez anos. Ou seja, o governo da Sra. Clinton será desafiador. Ela, com toda certeza, enfrentará dificuldades e não terá, em minha visão, a mesma popularidade de seu esposo. Se assim for, será que os americanos farão a vida imitar a arte e criarão, numa comparação crudelíssima, o seu “Clinton x Clinton” da Casa Branca? A conferir!

Alexandre Espirito Santo, Economista da Órama e Prof. IBMEC-RJ

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