A queda da inflação e os avanços da reforma fiscal no Congresso levam os analistas a reforçar as recomendações de aplicações em renda fixa e bolsa de valores. A expectativa é de que o Banco Central reduza os juros já a partir da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) deste mês e continue o corte ao longo do ano que vem. Juros menores beneficiam ativos reais, como a bolsa, além de ajudarem na recuperação da economia e das empresas.
O dólar também deve ajudar na queda dos juros, ao recuar para perto de R$ 3,00, acredita Ronaldo Patah, estrategista do banco UBS Brasil em relatório enviado aos clientes. Com isso, os juros mais longos vão seguir em queda, o que torna uma boa opção os papéis prefixados, como as LTN do Tesouro Nacional. O Copom pode cortar pouco os juros, em 0,25 ponto neste mês, para 14,25%, uma posição conservadora, o que fará o mercado baixar a expectativa de inflação para 2017, hoje de 5%, ainda acima da meta de 4,5%. Os juros podem cair para 10,50% nos próximos 12 meses , numa estimativa conservadora. Se a economia continuar desaquecida, os juros podem voltar a cair em 2018, o que cria oportunidades para quem tiver visão de longo prazo.
Além disso, os avanços da proposta de ajuste fiscal no Congresso, com o esforço do governo para aprovar o limite de gastos da emenda constitucional 241, também ajudarão o BC a reduzir os juros e aumentarão a confiança na economia brasileira, o que deve favorecer a bolsa. O governo recebeu o reforço de lideranças empresariais, como a Fiesp e o presidente do Itaú, Roberto Setubal, o que pode estimular os deputados e senadores a votarem a favor do projeto.
O UBS acredita que a economia brasileira vai voltar a crescer em 2017, impulsionada pelos investimentos externos, enquanto o consumo local e os gastos do governo seguem estáveis. A retomada do crédito pode também ocorrer uma vez que os juros estarão mais baixos e as empresas e pessoas físicas já terão ajustado seus orçamentos e reduzido seu endividamento. O principal ponto, porém, é que o teto de gastos públicos seja aprovado este ano.
Já nos papéis indexados à inflação, as NTN-B, corrigidas pelo IPCA, o UBS ainda vê potencial de ganhos, já que os juros reais desses papéis estão mais perto de 6% ao ano do que sua taxa de equilíbrio, que seria 5% ao ano. Mas, como as expectativas de inflação estão em queda e devem continuar assim nas próximas semanas, os papéis prefixados estão mais atrativos para o curto prazo. Já os papéis indexados ao juro diário, como as LFT, corrigidas pela taxa Selic, ou os títulos corrigidos pelo CDI, não são considerados atrativos uma vez que o BC deve iniciar um longo ciclo de redução de juros que impactará a rentabilidade desses papéis.
Já em ações, o UBS recomenda aumentar a posição diante da melhora as projeções para a economia brasileira, de uma queda no PIB de 3,5% para 2,8% este ano e de crescimento de 0,8% para 1,6% no ano que vem. Um melhor ambiente regulatório, diz o banco, também deve ter impacto nos negócios das empresas. Segundo o UBS, a bolsa brasileira está sendo negociada por um valor equivalente a 12,3 vezes seu lucro projetado em 12 meses, 1,3 ponto acima da média dos últimos 10 anos. E prêmios nos preços normalmente precedem aumentos de lucros, diz o banco suíço.
O UBS espera na média um crescimento de 5% a 7% nos lucros nos próximos seis meses. O Brasil é o mercado acionário preferido na América Latina levando em conta o crescimento dos lucros das empresas, a queda nos juros, a recuperação do crescimento econômico e um aumento dos preços das commodities.
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