Os caminhos que a economia global tem trilhado parecem favorecer as companhias brasileiras. É o que aponta um relatório divulgado pela agência de risco Moody’s Investors Service, que traça as expectativas com relação ao mercado brasileiro. Segundo a Moody’s, as companhias brasileiras vão se beneficiar de uma melhora lenta, gradual e desigual nas condições políticas e econômicas que, combinadas com preços maiores para commodities metálicas, estabeleceram o cenário para uma recuperação no sentimento do mercado.

O relatório ressalta, entretanto, que o desemprego elevado e a atividade fraca continuam sendo um desafio. De acordo com o relatório “Hot Topics on Slowly Improving Conditions for Brazilian Corporates”, o cenário deve dificultar a retomada do crédito no curto prazo. “Nós esperamos que as condições gerais de crédito melhorem apenas gradualmente, uma vez que os altos índices de desemprego, a elevada taxa de juros e a fraca atividade industrial pesarão sobre a economia até pelo menos 2017”, afirmou Marcos Schmidt, analista sênior da Moody’s.

No caso específico da Petrobras, a Moody’s destaca que a venda de ativos e a gestão de passivos permitiram que a companhia melhorasse seu perfil de crédito. No entanto, os elevados níveis de endividamento e incertezas relacionadas às investigações da Lava Jato ainda em andamento representam sérios riscos para a petroleira.

Valorização cambial

A apreciação do real, um dos mais notáveis efeitos colaterais da melhora do sentimento do mercado, apresenta implicações de crédito mistas para as companhias brasileiras. Para a Moody’s, a valorização da moeda reduzirá as receitas, margens e Ebitda das produtoras de proteína e celulose. Mas a agência de risco contrapõe essas reduções com a queda na pressão sobre a dívida denominada em dólares dessas companhias. Para as empresas aéreas brasileiras, por exemplo, o câmbio apreciado representa certo alívio já que dois terços dos custos dessas companhias são em dólares, mas a recente alta nos preços dos combustíveis limitará tais ganhos.

Com relação ao crédito das siderúrgicas brasileiras, o relatório afirma que o cenário seguirá fraco em consequência do efeito prolongando da recessão econômica e do persistente excesso de oferta global.

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