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Dólar a R$ 2,85? Gestora vê melhora do Brasil e cenário externo derrubando juros e câmbio

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Na visão da gestora, passado o impeachment, o ambiente econômico vai melhorar e o corte de juros virá em breve. “Temos uma visão mais otimista da economia para o ano que vem com a retomada da confiança”, afirma o gestor. “Achamos que a depressão grande se deu pela quebra da confiança de todo tipo, do investidor, do empresário, do consumidor, e uma parte dessa confiança está sendo reestabelecida”, explica. Esse efeito ainda demora um pouco a aparecer na economia real, mas vai acontecer. “É uma questão de tempo para os dados refletirem isso, mas vão refletir”, afirma Villela.

Crescimento de 2,5% em 2017

O otimismo não significa, porém, números exuberantes para a economia. A projeção da MVP é que o PIB brasileiro crescer 2,3% a 2,5% no ano que vem, um percentual ainda modesto e vindo de uma base de comparação baixa e um período muito ruim. Não haverá retomada do emprego, mas o desemprego deixa de se acelerar aos poucos, na margem. E, nesse tipo de cenário, o Brasil volta para o radar dos investidores. “Estamos otimistas com concessões, o fluxo de recursos para mercados emergentes deve ser forte no ano que vem e o Brasil deve ser uma das estrelas”, acredita Villela. “Houve saída enorme de capital nos últimos dois anos e temos potencial para reverter isso”, afirma, estimando uns três ou quatro anos de fluxo internacional para o Brasil.

Com isso, ele espera que voltem as aberturas de capital de empresas na bolsa, os IPO, ou uma ou outra reestruturação de empresa com captação via ações, coisas que não vêm acontecendo há tempos, mas que ficam mais plausíveis em um ambiente de mais confiança e investimento externo.

Corte dos juros deve acelerar após aprovação da PEC

Sobre os juros, Villela espera um ciclo de cortes mais lento, começando já este mês e caminhando gradualmente até ser aprovada a emenda constitucional do teto dos gastos públicos. “A partir daí, os cortes aceleram, especialmente no ano que vem”, acredita. A inflação dá sinais de que 5% no ano que vem, perto da meta de 4,5%, é um número factível, e os preços dos alimentos voltaram a cair, ajudando a equilibrar o IPCA. “E trazer a inflação de 10% este ano para 5% abre muito espaço para cortar os juros, mas não antes de estar claro que passou o corte dos gastos públicos”, avalia.

Juros de longo prazo dependem de Previdência

A reforma da Previdência será mais complicada, prevê Villela, mas ela vai servir para consolidar o premio de risco do Brasil em nível mais baixos mais para frente e vai derrubar os juros de longo prazo. “O premio de risco vai ficar empinado por algum tempo, pois a PEC do teto dos gastos dá estabilidade para a política fiscal no curto prazo, mas não converge para a meta”, explica. “Mas, com a reforma da Previdência, o déficit estanca lá na frente, enquanto a PEC dos gastos vai fazendo efeito para trazer o déficit público para baixo no médio prazo” diz.

Villela diz que gestora está animada com o programa de concessões e as perspectivas para a economia. “Tudo parece que teremos dois anos de melhora e, se governo conseguir aproveitar oportunidade, abre-se um ciclo eleitoral mais favorável”, afirma. “Mas tudo depende do que for feito em dois anos e parece que a direção é fazer mesmo”, afirma.

Bolsa com ganho limitado

Sobre a bolsa brasileira, Villela diz que ainda está otimista, mas um pouco menos no curto prazo por conta da eleição americana e pelos preços das ações já terem subido bastante. “Ela pode dar uma paradinha, mas temos alguns eventos como a votação do ajuste fiscal, o início do corte dos juros, as concessões andando, tudo isso vai ser positivo para a bolsa”, diz. O fundo multimercado da casa tinha uma posição maior em ações, que agora foi reduzida.

Cenário de juros baixos no exterior

O gestor está mais otimista com o real. Segundo Villela, pelo cenário lá fora, está se consolidando uma taxa de juros de equilíbrio mais baixa, apesar da neurose do mercado sobre se os juros americanos sobem em setembro ou dezembro. Independentemente disso, afirma o gestor, o que conta é que os juros vão subir pouco nos EUA, só 0,25 ponto agora, para 0,75% ao ano, e mais 0,25 ponto no ano que vem, para 1%, ou seja, uma política longe de ser austera. Além disso, continuam os estímulos monetários, com Japão e Europa jogando dinheiro nos mercados.

Com juros muito baixos ou negativos no mundo desenvolvido, e vários emergentes fazendo sua lição de casa, ajustando seus déficits fiscais ou externos, como África do Sul, Rússia, Turquia e, se tudo correr bem o Brasil também, deve haver maior fluxo de investimentos para os emergentes. “Temos fundamentos melhores com fluxo positivo e o Brasil deve ser um dos preferidos”, diz Villela.

Real em R$ 3,00 no fim do ano

A tendência, portanto, é de o real se valorizar mais, e isso não aconteceu com mais força porque o Banco Central (BC) está atuando para deixar o mercado se ajustar aos poucos, comprando dólares via contratos reversos de swap cambial. Mas o estoque de swaps cambiais, ou seja, de dólares vendidos pelo BC ao mercado para serem revertidos, está diminuindo, de mais de US$ 100 bilhões no ano passado para pouco mais de US$ 30 bilhões agora e deve acabar em breve. “Aí, o BC pode tomar alguma outra medida ou deixa o real se apreciar até o próprio investidor estrangeiro ficar com medo e tirar o pé”, diz Villela, que acredita que isso aconteceria quando a moeda americana chegasse a R$ 2,85. Mas, já no fim deste ano, ele acredita que o dólar pode ir a R$ 3,00, refletindo o cenário de fluxo positivo, o BC parando as intervenções e o juro caindo, mas ainda num nível muito alto para os padrões mundiais.

O fundo multimercado da MVP está hoje com 70% de seus ativos em aplicações no Brasil e 30% fora. Há dois anos, era o contrário: 70% lá fora. “O jogo mudou”, resume Villela.

O post Dólar a R$ 2,85? Gestora vê melhora do Brasil e cenário externo derrubando juros e câmbio apareceu primeiro em Arena do Pavini.

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