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O derretimento da indústria é um ponto fora da curva?

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Analistas do exterior estão sugerindo que a queda de 3,80% na indústria brasileira em agosto foi um evento pontual, que não atrapalha a percepção de que estamos a caminho de uma recuperação, ainda que lenta. Aqui mesmo já colocamos a tese de que uma recuperação lenta é provável, dado o histórico de nossa economia.

Veja o gráfico de nossas estimativas:

 

Depois de fortes quedas, elas diminuíram e podem a ser substituídas por altas modestas. Esse comportamento reflete, em tese, o esgotamento dos impulsos contracionistas vindos da alta do dólar, da alta dos preços, da seca, da queda da confiança e da crise política. Os efeitos mais poderosos já foram disseminados pela economia e tendem a ser atenuados, reduzindo as quantidades de trabalhadores que vão sendo demitidos, reduzindo a inflação e com a melhora gradual da confiança dos agentes. Mas a retomada será lenta e sujeita a todas as trovoadas, tal como indicou esse último dado do IBGE.

Se fosse um ponto fora da curva, a contração da indústria não teria atingido 21 dos 24 setores pesquisados e nem teria ocorrido com tal intensidade. Veja essa tabela do IBGE:

 

Note que a maior queda foi a de bens duráveis e muitos analistas culpam a paralização da fábrica da Volkswagen no ABC. Fosse o único problema tudo bem. Mas o fato é que as vendas de automóveis como um todo estão em queda violenta há tempos. Os investimentos estão travados e ainda podem cair, e é o que podemos observar a partir das decisões anunciadas de grandes corporações, que continuam demitindo pessoas e reduzindo as despesas de investimentos. É por isso que a queda acumulada de bens duráveis é de 20% no ano e de 16% para bens de capital.

O que torna as coisas ainda mais preocupantes é a contração de não duráveis, que respondem mais fortemente à parcela do Consumo das Famílias que é mais insensível ao ciclo econômico e só cai diante de um grande desemprego. O gráfico abaixo mostra o comportamento da produção industrial:

 

Após atingir níveis recordes antes da crise de 2009, ela afundou 22% entre agosto e dezembro de 2008, recuperou-se rapidamente até 2010 e voltou a cair ininterruptamente a partir de 2013. Novamente a queda supera os 20% e representa um golpe violento sobre a atividade econômica. Em 2013 a indústria brasileira empregou, em média, segundo a PNAD do IBGE, 13,1 milhões de pessoas. Nos três meses de junho, julho e agosto desse anos, a média foi de 11,5 milhões, ou uma redução de 12% na ocupação industrial, com mais de 1,6 milhões de operários demitidos nesses dois anos e meio.

Se o segundo mês do terceiro trimestre do ano apontou essa assombrosa redução, o número final do PIB de terceiro trimestre pode surpreender bastante, e para baixo. Uma coisa é clara: não é um ponto fora da curva e vai exigir uma revisão do PIB de 2016.

 

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