A Petrobras é inegavelmente uma das empresas expoentes do Brasil. Com mais de 60 anos de história, a estatal conclama frequentemente as atenções do Mercado Financeiro. Sua relevância econômica importância é clara, já que apenas em março deste ano as ações PETR4 foram responsáveis por movimentar mais de U$ 212 milhões na bolsa brasileira. Isto é, do total movimentado na Bovespa, 8,5% vieram exclusivamente das negociações dos papéis da petroleira.

Com amplitude internacional, já que está presente em cerca de 18 países ao redor do globo, a Petrobras exerce atividades variadas. Entre elas estão: exploração e produção de petróleo e de gás natural, refino, distribuição, geração de energia e produção de fertilizantes, petroquímicos e biocombustíveis.

Com a descoberta do pré-sal em 2007, a empresa cresceu em produtividade e importância. Em 2010, três anos após o início da exploração, a Petrobras atingiu pela primeira vez a marca de 1 milhão de barris diários. Hoje em dia, já são produzidos mais de 2 milhões de barris de petróleo por dia, além de mais outros 2 milhões de barris de derivados de petróleo.

Estatal volta a ser destaque entre as maiores

Apesar dos percalços em 2016, o caminho tortuoso para a empresa parece ter cessado. Nesta primeira semana de outubro, a Petrobras reconquistou a vice-liderança entre as empresas com maior valor de mercado do Brasil. Com R$ 211,64 bilhões, segundo a Economatica, a estatal figura em segundo lugar na lista, atrás apenas da Ambev que possui valor de mercado de R$ 308,4 bilhões. Entre as cinco primeiras, também estão Itaú Unibanco, Bradesco e Vale.

O gráfico abaixo ilustra a evolução das maiores companhias listadas na Bovespa, entre janeiro de 2015 e outubro de 2016:

A petroleira retomou seu posto, que havia perdido em junho de 2015, após valorização de mais R$ 110 bilhões. Correspondendo ao terceiro maior avanço nominal em um ano, esse número é R$ 27 milhões superior ao valor de mercado do Itaú Unibanco, que antes estava na segunda posição.

Neste sentido, o percentual de alta em 2016 é o maior já registrado desde 2000. Mesmo com toda essa impressionante recuperação, a maior alta de valor de mercado já verificada ocorreu em 2007, ano em que a estatal valorizou-se em R$ 201,5 bilhões.

Este ano realmente trouxe boas novas à Petrobras, apesar de seu envolvimento em escândalos de corrupção. A petroleira ganhou mais destaque em um ranking que relaciona as maiores empresas petrolíferas nos Estados Unidos e na América Latina. A companhia brasileira foi a única latino-americana entre os primeiros colocados, subindo da décima para a quarta posição na lista em questão.

Ações PETR4 avançam e surpreendem

Por falar em esquemas de corrupção, as denúncias de envolvimento de seus dirigentes à Polícia Federal afetou negativamente as ações PETR4. Entre os desafios enfrentados pela Petrobras em 2016, também está o processo de impeachment de Dilma Rousseff. Deste modo, os investidores que buscavam comprar ações da Petrobras permaneceram receosos em relação ao desenvolvimento dos negócios da companhia.

Tamanho foi o impacto sentido pelos papéis da petroleira, que em janeiro deste anos seus ativos tiveram forte queda. As ações chegaram a atingir níveis abaixo de R$ 5, cotadas em mínima histórica de R$ 4,20 no dia 26. Desde agosto de 2003, esse valor foi o menor já averiguado.

Mesmo com esse início difícil, o preço dos ativos apresentou melhora expressiva no decorrer dos meses. Parte desse avanço se deve à desvalorização do dólar e à reação do mercado de petróleo. Para se ter uma ideia do ciclo de altas que ocorreram: só em março os ativos subiram mais de 57%.

Nos meses seguintes, a continuidade do processo do impeachment colaborou para manter a recuperação. Em maio, em apenas um dia, as ações PETR4 avançaram 14%. Quando se analisa a valorização dos ativos desde o início do ano, os resultados são impressionantes. Em 2016, desde o patamar mais baixo registrado no fim de janeiro, os papéis da estatal tiveram de alta que ultrapassa os 250%.