De acordo com a Pesquisa Industrial Mensal (PIM) realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em julho de 2016, no confronto com o mesmo mês do ano anterior a indústria brasileira recuou 5,2% (série sem ajuste sazonal). É a trigésima taxa negativa consecutiva nesse tipo de comparação, mas a menos intensa desde junho de 2015 (-2,6%).

A queda anual de 5,2% registrada em agosto de 2016 teve perfil disseminado de resultados negativos, alcançando três das quatro grandes categorias econômicas e 18 dos 26 ramos. Vale citar que agosto de 2016 (23 dias) teve dois dias úteis a mais do que igual mês do ano anterior (21). Entre as atividades, indústrias extrativas (-11,7%) e coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-12,5%) exerceram as maiores influências negativas na formação da média da indústria, pressionadas, em grande parte, pelos itens minérios de ferro, na primeira; e óleos combustíveis, óleo diesel, álcool etílico e naftas para petroquímica, na última.

Outras contribuições negativas relevantes sobre o total nacional vieram de veículos automotores, reboques e carrocerias (-9,0%), de produtos alimentícios (-2,9%), de produtos de minerais não-metálicos (-11,0%), de produtos do fumo (-45,2%), de máquinas e equipamentos (-6,3%), de outros equipamentos de transporte (-14,0%) e de confecção de artigos do vestuário e acessórios (-7,3%). Por outro lado, ainda na comparação com agosto de 2015, entre as oito atividades que apontaram expansão na produção, as principais pressões foram registradas por máquinas, aparelhos e materiais elétricos (7,1%), artefatos de couro, artigos para viagem e calçados (7,0%) e outros produtos químicos (1,8%).

Ainda no confronto com igual mês do ano anterior, bens de consumo duráveis (-12,4%) e bens intermediários (-6,9%) assinalaram, em agosto de 2016, as reduções mais acentuadas entre as grandes categorias econômicas. O setor produtor de bens de consumo semi e não-duráveis (-1,9%) também mostrou resultado negativo nesse mês, mas com intensidade menor do que a média nacional (-5,2%). Por outro lado, o segmento de bens de capital, com expansão de 5,0%, apontou a única taxa positiva.

O segmento de bens de consumo duráveis recuou 12,4% no índice mensal de agosto de 2016, trigésimo resultado negativo consecutivo nesse tipo de confronto, mas menos intenso do que o verificado no mês anterior (-15,9%). Nesse mês, o setor foi particularmente pressionado pela menor fabricação de automóveis (-19,7%), influenciado, em grande parte, por reduções de jornadas de trabalho e pela concessão de férias coletivas em várias unidades produtivas. Outros impactos negativos importantes vieram de motocicletas (-17,6%) e de eletrodomésticos da “linha marrom” (-3,1%), enquanto os principais resultados positivos foram observados nos grupamentos de eletrodomésticos da “linha branca” (8,7%), de outros eletrodomésticos (11,4%) e de móveis (2,4%).

O setor produtor de bens intermediários, ao recuar 6,9% em agosto de 2016, assinalou a vigésima nona taxa negativa consecutiva no índice mensal e com queda mais intensa do que a observada no mês anterior (-4,8%). O resultado desse mês foi explicado principalmente pelos recuos nos produtos associados às atividades de indústrias extrativas (-11,7%), de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-14,1%), de máquinas e equipamentos (-25,7%), de produtos de minerais não-metálicos (-11,2%), de produtos alimentícios (-5,5%), de veículos automotores, reboques e carrocerias (-4,8%), de metalurgia (-0,9%), de produtos de metal (-1,3%), de produtos de borracha e de material plástico (-0,5%) e de celulose, papel e produtos de papel (-0,5%), enquanto as pressões positivas foram registradas por outros produtos químicos (2,0%) e produtos têxteis (4,1%). Ainda nessa categoria econômica, vale citar também os resultados observados nos grupamentos de insumos típicos para construção civil (-7,9%), que marcou o trigésimo recuo seguido na comparação com igual mês do ano anterior, e de embalagens (0,9%), que interrompeu dezenove meses de taxas negativas consecutivas.

Ainda no confronto com igual mês do ano anterior, a produção de bens de consumo semi e não-duráveis recuou 1,9% em agosto de 2016, quarta taxa negativa consecutiva, mas menos intensa do que a registrada no mês anterior (-6,4%). O desempenho nesse mês foi explicado principalmente pela queda observada no grupamento de carburantes (-8,8%), pressionado, em grande parte, pela menor fabricação de álcool etílico. Os subsetores de não-duráveis (-2,0%) e de semiduráveis (-1,4%) também mostraram resultados negativos nesse mês.

O setor produtor de bens de capital, ao crescer 5,0% em agosto de 2016, interrompeu 29 meses de taxas negativas consecutivas no índice mensal. Na formação do índice desse mês, o segmento foi influenciado pelo avanço observado na maior parte dos seus grupamentos, com destaque para a expansão vinda de bens de capital agrícola (21,9%), impulsionado, em grande parte, pela maior fabricação de máquinas para colheita, silos metálicos para cereais e tratores agrícolas. As demais taxas positivas foram registradas por bens de capital para construção (17,4%), para equipamentos de transporte (1,9%) e para energia elétrica (11,5%), enquanto bens de capital para fins industriais (-10,7%) e de uso misto (-9,2%) apontaram os resultados negativos em agosto de 2016.

 

Pesquisa Industrial Mensal

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), através da Pesquisa Industrial Mensal (PIM), produz indicadores de curto prazo relativos ao setor industrial brasileiro. Essa pesquisa avalia o comportamento da produção real mensal nas indústrias extrativa e de transformação do país. Clique aqui e confira mais detalhes sobre a produção industrial brasileira durante o mês de agosto de 2016.