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Conferência mundial do clima reunirá 20 mil pessoas em Marrakesh na COP da ação

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A estagnação e redução das emissões de gases com efeito de estufa implicam mudança profunda em direção às energias verdes e o abandono dos combustíveis fósseis (petróleo, carvão e gás)EPA/Patrick Pleul/Agência Lusa/Direitos Reservados

Quase 20 mil pessoas de todo o mundo reúnem-se a partir desta segunda-feira (7), em Marrakesh , Marrocos, na 22.ª conferência da ONU sobre alterações climáticas (COP22), que a organização pretende que seja “a COP da ação”.

Menos de um ano após a adoção em Paris por 195 países, o primeiro acordo mundial para combater as alterações climáticas entrou hoje (5) simbolicamente em vigor, três dias antes da COP22, onde os participantes deverão debater sua aplicação.

“Esta rápida entrada em vigor é um sinal político claro de que todos os países do mundo estão empenhados numa ação global decisiva contra as alterações climáticas”, declararam, em comunicado, a responsável do Clima na ONU, Patricia Espinosa, e o ministro marroquino dos Negócios Estrangeiros, Salaheddine Mezouar, que presidirá à COP22.

Acordo

A presidência marroquina da conferência já manifestou a esperança de que esta seja “a COP da ação”, que concretizará “os importantes avanços” registados no ano passado em Paris.

Em Marrakesh, os negociadores ainda têm muitas matérias sobre as quais é preciso chegar a acordo, de forma a tornar o pacto operacional, principalmente a definição de regras de transparência, apresentação das estratégias nacionais até 2050 e ajuda financeira aos países em desenvolvimento.

“O maior desafio em Marrakech é chegar a acordo sobre uma data limite para decidir as regras de aplicação do acordo, sobretudo as de transparência”, informou à AFP a negociadora francesa Laurence Tubiana. “Se 2017 não é realista, 2018 é exequível”, afirmou.

Aquecimento

As regras de transparência dizem respeito às informações que os países deverão fornecer sobre seus esforços para limitar suas emissões, assim como os progressos das ajudas financeiras públicas. Paralelamente a uma maior transparência, o acordo prevê um reforço dos planos de ação de cada país, com vista a limitar o aquecimento global a +2°C acima dos níveis pré-industriais.

Além do objetivo de limitar o aquecimento a +2ºC, o acordo de Paris prevê que os países realizem “todos os esforços necessários” para que não se ultrapassem os 1,5 graus Celcius, evitando assim “os impactos mais catastróficos das alterações climáticas”.

No entanto, os compromissos atuais colocam o planeta numa trajetória de +3°C, ou até mesmo 3,4°, segundo relatório divulgado pela ONU na quinta-feira (10), alertando para a subida ininterrupta das emissões mundiais de gases com efeito de estufa.

Refugiados

“Se não começarmos a tomar medidas suplementares desde já, acabaremos por chorar perante uma tragédia humana evitável”, alertou Erik Solheim, diretor do Programa das Nações Unidas para o Ambiente (PNUA).

“O número crescente de refugiados climáticos atingidos pela fome, pobreza, doenças e conflitos lembrar-nos-á de forma incessante da nossa falha. A ciência mostra-nos que devemos agir muito mais depressa”, aacrescentou. Para conseguir manter o aquecimento abaixo dos +2ºC, as emissões de gases com efeito de estufa têm de parar de aumentar e depois têm de ser reduzidas entre 40 e 70% entre 2010 e 2050, segundo os especialistas.

“Agora que o mundo se reúne em Marrakesh, devemos reencontrar o sentimento de urgência que tínhamos há um ano”, pediu em comunicado Jim Yong Kim, presidente do Banco Mundial, alertando que “cada dia que passa o desafio do clima cresce”.

Mudanças

A estagnação e posteriormente a redução das emissões de gases com efeito de estufa implicam uma mudança profunda em direção às energias verdes e o abandono dos combustíveis fósseis (petróleo, carvão e gás).

Serão precisos grandes investimentos para tornar os setores da habitação, dos transportes e da indústria menos dependentes de energia, assim como novas políticas agrícolas e alimentares. “A curto prazo – certamente nos próximos 15 anos – temos de ver reduções sem precedentes das emissões e esforços sem igual para construir sociedades que possam resistir às alterações climáticas”, disseram Patricia Espinosa e Salaheddine Mezouar.

Isto significa que os países terão de fazer mais do que os compromissos assumidos no acordo de Paris.

A questão da ambição coletiva e de cada país será necessariamente abordada em Marrakesh, mesmo que seja cedo para esperar novos compromissos. O tema do financiamento estará também no coração do debate, tanto em relação a ajuda pública de US$ 100 bilhões prometidos até 2020 aos países em desenvolvimento quanto ao objetivo de tornar “mais verdes” as finanças mundiais.

Apenas uma reorientação dos fluxos financeiros mundiais em direção a atividades de baixo carbono (com poucas ou nenhumas emissões de CO2) poderá assegurar um desenvolvimento sustentável dos países, o que exigirá, segundo a ONU, de US$ 5 a US$ 7 biliões por ano.

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