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Renda fixa pré é melhor opção para investidor, vê Rio Bravo, que defende queda maior da Selic

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A instabilidade dos mercados locais e internacionais logo após a eleição de Donald Trump como presidente nos EUA no dia 8 estava exagerada, o que explica a tranquilidade nesta semana . A alta dos juros dos papéis americanos de 10 anos, de 1,78% para 2,35% ao ano diante da expectativa de inflação mais alta nos EUA com os pacotes de incentivo prometidos por Trump, foi o que causou o maior impacto, provocando saída dos investidores que aproveitavam as taxas baixas de juros no exterior para especular no Brasil e em outros emergentes, o chamado carry trade.

Mas, fundamentalmente para o Brasil as coisas não mudaram, avalia Eduardo Levy, gestor da Rio Bravo Investimentos. “Tanto que quando dá uma acalmada os mercados voltam”, diz, esperando calma nesta quinta-feira, feriado do Dia de Ação de Graças nos EUA, e na sexta-feira, dia de Black Friday.

Economia precisa de juro menor

O cenário para os mercados brasileiros, portanto, deve se manter. Os juros devem cair nos próximos meses, o que está mais que antecipado pelo mercado futuro. Mas, para Levy, o BC deveria acelerar os cortes, diante da fraqueza da economia brasileira. Hoje, o mercado espera que o Comitê de Política Monetária (Copom) reduza em 0,25 ponto percentual o juro básico Selic, hoje de 14% ao ano, na reunião do fim deste mês. “Cortar os juros em 0,5 ponto na próxima reunião, no dia 30, seria um sinal ao mercado de que o BC está preocupado com a atividade econômica”, afirma.

Sorte na inflação, azar no PIB

Segundo Levy, argumentos para cortar mais o juro básico não faltam. Não só a inflação corrente está sob controle como as projeções também apontam para uma queda. “As surpresas na inflação têm sido todas positivas para o governo, não negativas”, observa. Já na atividade, a preocupação vem aumentando, com uma sucessão de surpresas negativas. “Não tem jeito, o governo reduziu a projeção do crescimento do PIB para 1% no ano que vem porque o resultado do terceiro e do quarto trimestres deste ano foram ruins e vão afetar 2017”, alerta. A Rio Bravo ainda trabalha com um crescimento de 0,9% a 1% em 2017, mas pode reduzir a estimativa dependendo dos números do último trimestre.

Discussão por pouca coisa

Outro argumento para cortar mais os juros é que 0,5 ponto teria pouco impacto na inflação, mas muito na questão psicológica dos empresários. “O BC já conquistou a credibilidade do mercado, e pode perder um pouco se pecar pelo excesso de conservadorismo”, afirma Levy. Ele lembra que o setor industrial está pedindo uma redução mais rápida dos juros, que também ajudaria a melhorar o crédito, já que os bancos não estão soltando empréstimos.

Sobre o uso dos juros altos como pressão para aprovar as reformas fiscais no Congresso, Levy lembra que não dá para o governo segurar o ajuste até que tudo seja aprovado. “Já estivemos em momentos melhores para cortar os juros, mas acho que o BC deveria acelerar agora, até porque, pelos modelos de mercado, que projetam inflação de 4,8% a 4,9% no ano que vem, 0,5 ponto não fará diferença”, diz.

Mercado já tem gordura até janeiro de 2018

A piora do mercado externo fez também o mercado colocar gordura nas projetos de juros futuros, tanto na velocidade dos cortes quanto no ponto de chegada, afirma Levy. Assim, a estimativa era a Selic chegar no 1º trimestre 2018 em 10,40% ao ano e, agora, está em 11%. “Tem uma gordura para cortar, até porque temos a taxa de juros mais alta do mundo com uma economia caindo 3,5% neste ano e sem sinais de recuperação”, afirma o gestor.

LTN prefixada é boa, e NTN-B também

Com a queda dos juros, Levy vê potencial de ganhos em papéis prefixados, as LTN, especialmente as de médio prazo, para 2021 e até 2023. “O juro real está muito alto e vai ter de ser reprecificado”, diz. A discussão é qual vai ser o juro real par manter a inflação sob controle nos próximos anos, mas a certeza é que será mais baixo que a taxa atual. “Por isso há potencial de ganhos no prefixados, e também nas NTN-B, corrigidas pela inflação”, diz Levy. Ele observa que as NTN-B para 2019, 2024 ou 2035. “Se o juro cair mais, o investidor pode perder com a queda da inflação, mas vai ganhar com a variação do preço do papel mais longo”, diz.

Ações, ganho não compensa o risco

Já com relação a ações, Levy diz que está mais cauteloso. Para investidores com perfil moderado, a sugestão é ter até 10% em bolsa, Apesar de o mercado ter resistido à turbulência internacional recente de Trump, há variáveis difíceis de avaliar, como por exemplo a forte alta das commodities metálicas e do minério de ferro, “que não se sabe direito de onde veio a demanda”.

E, em 2017, as empresas vão ter de apresentar resultados para justificar a alta da bolsa neste ano. “As expectativas de melhora fizeram o mercado subir de 48 mil pontos para 62 mil, mas não dá para continuar nesse ritmo se as empresas não começarem a dar lucros e se a economia não avançar”, alerta. Mesmo para investidores mais arrojados, Levy recomenda no máximo 15% em bolsa, e ainda assim com proteção cambial para o caso de alguma surpresa desagradável. “A aplicação em ações traz muita volatilidade e o cenário de 13 meses indica que a bolsa pode subir mais 15%, 18%, pouco acima do CDI, o que não vale o risco”, diz.

Fundos imobiliários, comprar para daqui 3 anos

Em fundos imobiliários, o investidor deve tomar cuidado pois, depois da alta deste ano pela perspectiva de queda dos juros, houve um aumento das vendas. E o investidor pode ter o mesmo ganho da queda dos juros com as NTN-B, sem o risco do setor imobiliário ou das cotas.

Mas, para quem olha para um cenário de mais longo prazo, três anos adiante pelo menos, o que tem hoje precificado nas cotas dos fundos imobiliários ainda é economia ruim e alta vacância, o que reduz os preços e cria oportunidades. “Temos fundos de um ativou só ou vários e lajes corporativas e galpões logísticos baratos, mas com vacância de até 40% no caso dos galpões, e caso haja uma reversão da economia há um ganho grande a capturar”, diz Levy. “Mas para isso tem de reduzir a vacância, para uns 20% no caso dos galpões, o que exige uma recuperação consistente da economia”, explica.

Dólar, nem tão alto assim

Com relação ao dólar, Levy diz que, antes da eleição de Trump, ele era uma boa opção de proteção para instabilidades, mas agora, aos R$ 3,40, o potencial de alta é reduzido. “E, comparado aos fundamentos brasileiros, a cotação atual não parece indicar um real tão desvalorizado”, diz.

O risco-Brasil, medido pelos CDS brasileiros negociados no exterior, também subiu, o que indica que o dólar deve estar no nível que deveria. “Claro que, se o mercado acalmar bastante e o fluxo externo voltar para o Brasil, e parece haver consenso que estamos melhor agora do que em 2013 em relação a outros emergentes, podemos ter fluxo forte de entrada que jogará o dólar para baixa”, afirma Levy.

Mas esse fluxo, se vier, será na virada do ano, e vai depender da melhora dos fundamentos, como aprovação das reformas e reativação da economia, e será de investidores que já estão aqui, não de novos.

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