Os metalúrgicos do primeiro turno da Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer), em São José dos Campos, aprovaram em assembleia hoje (20) a proposta de layoff (suspensão do contrato de trabalho) apresentada pela empresa. Se aceita a proposta por todos os empregados, serão 1.080 trabalhadores que terão seus contratos suspensos, em sistema de rodízio, ao longo de dois anos. Hoje à tarde, haverá nova votação com os trabalhadores do segundo turno.

O layoff abrangerá o setor de produção e será feito por grupos. Por esse sistema, o contrato de trabalho é suspenso temporariamente, mas o empregado continua a receber o salário.

Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, serão 600 trabalhadores divididos em 12 turmas de 50, da área de aviação comercial; da área de montagem da aviação executiva, serão 480 funcionários divididos em oito turmas de 60. Cada grupo permanecerá em casa por até cinco meses.

Estabilidade

O sindicato informou ainda os funcionários que estiverem em layoff receberão uma bolsa, paga pelo governo federal, de R$ 1.573, e terão estabilidade no emprego pelo período em que permanecerem com o contrato suspenso, mais três meses após o retorno à fábrica. A previsão é que o programa comece a ser aplicado a partir de janeiro.

Segundo o sindicato, a diferença entre essa bolsa e o salário do metalúrgico ficará sob responsabilidade da Embraer, garantindo o rendimento integral aos funcionários. Todos também terão direito ao 13º salário, participação em lucros e resultados e o reajuste salarial previsto na Convenção Coletiva.

“No último ano, a Embraer envolveu-se em corrupção e tentou jogar a conta nas costas dos trabalhadores, com demissões e achatamento de salários. O layoff é mais uma forma adotada pela empresa para economizar. Mas o sindicato vai exigir que o governo federal adote uma postura mais firme contra essa política da Embraer e garanta estabilidade de emprego para todos”, disse o vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, Herbert Claros da Silva.